Futuro de Miguel Oliveira na Yamaha ainda indefinido entre rumores e incertezas contratuais
Miguel Oliveira viu-se no centro das especulações do MotoGP, com relatos a sugerirem que poderia estar de saída da equipa satélite italiana da Yamaha no final da temporada de 2025. Grande parte desta conversa decorre da esperada transferência de Toprak Razgatlioglu para a equipa, mas a situação em torno de Oliveira é mais complexa do que pode parecer à primeira vista.
Embora as opiniões variem bastante, uma vantagem que Oliveira tem sobre o piloto Jack Miller é a duração do seu contrato. Embora o contrato de Miller vá apenas até ao final de 2025, Oliveira assinou um contrato de dois anos com a Yamaha, que se estende até 2026. O acordo foi negociado quando Lin Jarvis ainda supervisionava as operações da Yamaha no MotoGP e, embora Jarvis já não esteja nessa posição, é improvável que a equipa opte por rescindir um contrato existente sem justa causa — especialmente tendo em conta a relutância da Yamaha em rescindir tais acordos no passado.
Apesar de ter enfrentado uma época difícil, as dificuldades de Oliveira não estão totalmente sob o seu controlo. O seu desempenho ficou aquém das expectativas, tanto da sua perspetiva como da equipa, mas estes resultados não são tudo. Os contratempos causados por lesões desempenharam um papel importante em prejudicar a sua forma durante a primeira metade da temporada. Por exemplo, em França, ainda estava a recuperar e não estava em plena forma. Foi apenas no GP de Aragão que relatou estar 100% saudável, marcando o seu verdadeiro regresso à forma competitiva.
Desde que recuperou a forma física, Oliveira tem tido oportunidades limitadas para se adaptar adequadamente à Yamaha M1, mas essas oportunidades aumentaram com as recentes corridas e sessões de testes, incluindo um teste privado em Barcelona. À medida que o seu conforto com a moto aumenta, existe potencial para uma melhoria significativa dos seus resultados. O seu sucesso anterior no MotoGP — cinco vitórias apesar de não ter uma máquina de topo — sublinha a sua capacidade. A sua força em condições de chuva, onde a maquinaria desempenha um papel menor, realça ainda mais a sua capacidade individual.
Além do desempenho em corrida, Oliveira traz valiosos insights técnicos para o projeto da Yamaha. A sua experiência anterior com a Aprilia dá-lhe uma perspectiva distinta, que já se revelou útil para o programa de desenvolvimento da Yamaha. O diretor técnico Max Bartolini reconheceu-o publicamente, afirmando que o feedback de Oliveira introduziu novas ideias e abordagens que a equipa não tinha explorado anteriormente.
Embora haja especulações de que Oliveira possa ser transferido para uma função de testes, este cenário parece improvável. A Yamaha já conta com pilotos de testes experientes, como Cal Crutchlow, e Fabio Quartararo manifestou o desejo de trabalhar mais de perto com Andrea Dovizioso. Augusto Fernández também está envolvido no trabalho de desenvolvimento, aumentando ainda mais o número de pilotos de testes.
Com apenas quatro corridas restantes antes das férias de verão de MotoGP — altura em que se espera que seja tomada uma decisão sobre qual o piloto que sairá — Oliveira está a ficar sem tempo para provar o seu valor. No entanto, a Yamaha parece estar plenamente consciente de que as suas ausências anteriores foram o resultado de incidentes fora do seu controlo e que ainda não teve uma oportunidade justa de contribuir plenamente. Considerando o seu potencial, experiência e valor técnico, deixar Oliveira pode ser um erro caro para a Yamaha, que procura reconstruir a sua competitividade.
Em síntese, embora as especulações continuem e possam estar para vir mudanças, o futuro de Miguel Oliveira na Yamaha está longe de estar definido. O seu contrato, a sua recuperação recente e o seu desenvolvimento sugerem que ainda tem um papel significativo a desempenhar nos planos a longo prazo da equipa.