Acordo de Toprak Razgatlioglu com a Pramac no MotoGP coloca Oliveira e Miller em evidência para um lugar em 2026
A tão aguardada mudança de Toprak Razgatlioglu para MotoGP com a Pramac Yamaha para a temporada de 2026 alterou significativamente a dinâmica da dupla de pilotos da equipa, gerando incertezas sobre o futuro de Miguel Oliveira e Jack Miller. Com apenas um lugar restante, para além do campeão turco do WorldSBK, a pressão sobre os atuais pilotos aumenta para provarem o seu valor antes que a Yamaha tome uma decisão final.
Razgatlioglu, amplamente considerado um dos pilotos mais talentosos fora do MotoGP, fará a sua estreia pela equipa Pramac, apoiada pela Yamaha, no que se espera ser um passo importante nas renovadas ambições do fabricante japonês no MotoGP. A sua chegada significa que Oliveira ou Miller terão de se afastar, uma vez que a equipa planeia reestruturar o seu quadro de pilotos para a próxima temporada.
Jack Miller, que regressou à Pramac Yamaha com um contrato de um ano, válido até 2025, depois de passagens pela equipa de fábrica da Ducati e pela KTM, encontra-se agora numa posição delicada. Apesar da sua vasta experiência e sucesso anterior com a equipa durante a sua gestão de 2018-2020, Miller admite que não tem clareza sobre o seu futuro na equipa para além desta temporada. Numa entrevista à imprensa antes do Grande Prémio de Itália em Mugello, o piloto australiano ofereceu uma perspetiva franca sobre a incerteza em torno do seu lugar.
“A situação é o que é”, disse Miller. “Honestamente, vocês sabem tanto como eu. Estou focado em fazer o melhor trabalho possível nas corridas que nos restam. Não há mais nada que possa fazer agora a não ser manter a cabeça baixa e obter resultados.”
Embora Miller não tenha descartado outras opções, não revelou planos concretos. Quando questionado sobre a possibilidade de um prazo ou de discussões com outras equipas, manteve-se cauteloso.
“Há coisas em curso, seja ficar aqui ou mudar para outro lugar, mas não vou dizer nada em específico”, acrescentou. “O que posso dizer é que estou realmente feliz por estar de volta à Pramac. Adoro esta equipa, as pessoas que me rodeiam e a direção que estamos a seguir. Mas, nas corridas, nunca se pode ter a certeza sobre o futuro.”
Miguel Oliveira, por sua vez, também enfrenta um futuro incerto. Atualmente no seu primeiro ano com a Pramac Yamaha, o contrato de Oliveira inclui uma opção para uma segunda temporada, mas esta cláusula ainda não foi ativada ou confirmada publicamente pela equipa. O piloto português admitiu que a contratação de Razgatlioglu aumentou a pressão sobre ele e Miller, uma vez que agora estão a competir diretamente por um único lugar.
“A chegada de Toprak muda definitivamente o cenário para o próximo ano”, disse Oliveira ao MotoGP.com. “Isto acrescenta uma camada diferente de pressão à luta pela segunda vaga, mas estou a tentar não deixar que isso afete a minha abordagem. Estou focado no presente — em extrair o máximo de mim e da moto em cada corrida.”
Oliveira continua confiante nas suas capacidades e espera que uma série de boas exibições nas próximas etapas aumentem as suas hipóteses de permanecer na equipa em 2026. No entanto, deixou claro que a decisão final está fora das suas mãos.
“Acredito no meu potencial e no que posso alcançar”, disse. “Em última análise, a decisão não é minha. Só preciso de continuar a fazer o meu trabalho e espero que os resultados falem por si.”
Quando questionado se a Yamaha lhe tinha fornecido um cronograma ou clareza sobre os seus planos, Oliveira respondeu sucintamente: “Não, terá de perguntar à Yamaha sobre isso.”
Com ambos os pilotos focados em apresentar boas prestações no que resta da temporada, a disputa pela vaga final na Pramac deverá intensificar-se. Paolo Pavesio, executivo da Yamaha Racing, afirmou recentemente que a equipa espera finalizar a sua dupla completa de pilotos antes das férias de verão de MotoGP, que normalmente acontecem em julho. Isto dá a Oliveira e Miller apenas mais algumas corridas para defender a sua permanência.
A contratação de Razgatlioglu não só marca um momento importante na reconstrução da Yamaha no MotoGP, como também realça a crescente competitividade na categoria rainha, com pilotos experientes como Oliveira e Miller a precisarem agora de provar o seu valor contra estrelas em ascensão. À medida que o paddock se aproxima do auge da temporada, todos os olhares estarão postos na Pramac Yamaha — e no desempenho dos dois pilotos que lutam para se manterem na grelha.