Rodrigo Mora: A estrela adolescente do Porto brilha numa época de dificuldades
Foi uma época caótica e desanimadora para o FC Porto. A chegada de André Villas-Boas como presidente do clube deveria marcar um novo capítulo, mas, em vez disso, a equipa encontra-se em crise. Ocupando a quarta posição na Primeira Liga, o Porto enfrentou problemas técnicos, eliminação precoce da Liga Europa da UEFA e dificuldades financeiras que o obrigaram a desfazer-se de jogadores importantes durante a janela de transferências de inverno.
No entanto, no meio do caos, surgiu uma luz brilhante: o avançado Rodrigo Mora, de 17 anos. Com 11 contribuições para golos (8 golos e 3 assistências) em pouco mais de 1.000 minutos de futebol, Mora superou quase todos os seus colegas sub-18 nas principais ligas da Europa — apenas Lamine Yamal, do Barcelona, tem mais.
O impacto de Mora é ainda mais notável dada a sua idade. Tornou-se um farol de esperança para os fiéis do Porto, apresentando sempre interpretações maduras e transformadoras que contrastam com a sua juventude. O seu percurso de promessa da academia para jogador que faz a diferença na equipa principal foi rápido e sensacional.
Na época 2022-23, Mora tinha apenas 15 anos, mas já estava a fazer sucesso na equipa sub-17 do Porto. O seu momento de destaque aconteceu num jogo de outubro contra um Palmeiras FC menos conhecido, onde saiu do banco e marcou quatro golos em 32 minutos, ajudando o Porto a vencer por 6-0. Poucos meses depois, fez história no futebol português ao estrear-se pelo Porto B com 15 anos, 8 meses e 10 dias, tornando-se o jogador mais jovem a atuar nas ligas profissionais do país.
Na época seguinte, Mora consolidou o seu lugar no plantel B do Porto, fazendo uma transição tranquila para o futebol profissional. A sua ascensão chamou a atenção de Vítor Bruno, que lhe proporcionou a estreia pela equipa principal num jogo da Liga Europa. Mora marcou o seu primeiro golo como profissional logo a seguir e continuou a impressionar com as suas exibições. Em dezembro, tornou-se o jogador mais jovem a marcar e a assistir numa única partida da Primeira Liga. Repetiu o feito apenas uma semana depois, num clássico frente ao Boavista.
Apesar da ascensão de Mora, os resultados da equipa sob o comando de Bruno foram decepcionantes, e uma série de derrotas levou à sua demissão. Martín Anselmi foi trazido do Cruz Azul do México para estabilizar o navio. Sob Anselmi, Mora floresceu realmente. Embora tenha sido utilizado com moderação sob o comando de Bruno, Anselmi escalou-o em todos os jogos, dando ao adolescente minutos consistentes e confiança para influenciar as partidas.
O sistema 3-4-2-1 de Anselmi adapta-se bem a Mora. Normalmente utilizado como médio-ofensivo do lado direito, atrás do avançado, Mora também jogou na esquerda ou numa função de base central. O seu talento técnico, os pés rápidos e o controlo preciso — impulsionados por um centro de gravidade baixo — tornam-no difícil de ser desarmado e ideal para navegar em espaços apertados. É igualmente habilidoso com os dois pés e possui uma calma que lhe permite prosperar no terço final.
Estatisticamente, Mora tornou-se uma força motriz para o Porto. Desde que Anselmi assumiu o comando, Mora lidera a equipa em golos (5), remates à baliza (29), remates à baliza (10) e toques na área adversária (64). Apenas João Mário completou mais dribles nesse período, e Mora esteve envolvido em mais remates do que qualquer outro portista.
Uma crítica comum aos jovens jogadores de ataque é a falta de compostura, mas Mora desafia esse estereótipo. Os seus oito golos surgiram de um modesto xG de 3,97, indicando que está a terminar bem acima das expectativas. Todos estes golos aconteceram dentro da área, com uma divisão igual entre remates com o pé esquerdo e direito, realçando tanto os seus instintos como a sua ambidestria.
Mora tornou-se crucial para o sucesso do Porto. Quatro dos seus últimos cinco golos na liga foram golos decisivos — nenhum colega de equipa marcou golos mais decisivos esta época. A sua exibição de destaque aconteceu recentemente na vitória por 2-1 sobre o Famalicão, onde marcou os dois golos com um jogo de pés impressionante e remates certeiros — um remate rasteiro após uma corrida sinuosa, o outro um remate forte ao canto superior.
Notícias em Portugal sugerem que Mora está perto de assinar um novo contrato de longa duração com o Porto, válido até 2030. O contrato será assinado após o seu 18º aniversário, embora a sua cláusula de rescisão ainda não seja clara.
Numa época marcada por contratempos, a ascensão meteórica de Mora tem sido um dos poucos motivos de celebração para os adeptos portistas. Se há uma memória que os fãs vão levar desta difícil temporada, é a chegada de Rodrigo Mora como uma verdadeira estrela para o futuro.