Miguel Oliveira Aproxima-se da Mudança para o WorldSBK com a BMW; Yamaha Vira-se para Xavi Vierge Após Recusa de Oliveira, Enquanto Oncu Permanece no SSP
O grid do Campeonato Mundial de Superbike de 2026 (WorldSBK) começa a ganhar forma, embora ainda exista muita intriga em torno das duas últimas vagas de fábrica por preencher: as pertencentes à BMW e à Yamaha. Com os movimentos de pilotos tanto no MotoGP quanto no WorldSBK a desencadearem um efeito dominó nos paddocks, a situação atual aponta para uma mudança dramática na carreira do português Miguel Oliveira, que parece estar prestes a deixar o MotoGP para se lançar no palco das Superbikes.
A BMW, em busca de um substituto forte para Michael van der Mark — que já anunciou a sua saída no final da presente temporada — concentra cada vez mais os seus esforços em garantir os serviços de Oliveira. Ao mesmo tempo, a Yamaha, depois de perder o seu candidato preferido, vira-se agora para o espanhol Xavi Vierge como potencial sucessor de Jonathan Rea. Enquanto isso, o nome de Can Oncu continua a ser mencionado nas discussões, mas os indícios apontam que ele permanecerá no Supersport com a Ten Kate.
A Vaga da BMW e a Oportunidade para Oliveira
O fabricante de Munique tem estado a redesenhar silenciosamente os seus planos futuros após a decisão de Van der Mark de abandonar o projeto. O holandês foi um pilar dos esforços da BMW no WorldSBK, trazendo consistência e resiliência em momentos de altos e baixos. A sua saída, contudo, abriu uma lacuna significativa na equipa.
Nas últimas semanas, a BMW avaliou vários candidatos para a vaga. Especulações chegaram a apontar pilotos já inseridos no WorldSBK, bem como nomes vindos de outros campeonatos. No entanto, rapidamente ganhou força a possibilidade de Miguel Oliveira. O português de 29 anos, apesar do seu comprovado estatuto de vencedor no MotoGP, encontrou-se sem um caminho claro na categoria rainha após a Yamaha decidir não contar com ele. Com poucas ou nenhumas opções competitivas no grid do MotoGP, Oliveira foi obrigado a ponderar o futuro para além do paddock do Grande Prémio.
Fontes próximas das negociações sugerem que Oliveira se mostra cada vez mais recetivo à ideia de um recomeço no WorldSBK. A oportunidade de correr num projeto de fábrica, ao lado de um nome já consolidado como Danilo Petrucci, representa uma perspetiva atrativa para recuperar competitividade no cenário internacional.
Embora a Yamaha também tenha abordado Oliveira com a proposta de ocupar o lugar deixado por Jonathan Rea, o português terá inclinado a sua decisão para a BMW, acreditando que o projeto a longo prazo da marca alemã oferece maior estabilidade e potencial competitivo. Caso o acordo seja finalizado, Oliveira fechará definitivamente o seu capítulo no MotoGP e iniciará um novo desafio com a BMW em 2026.
O Plano B da Yamaha: Aposta em Vierge
A Yamaha, por sua vez, não pode perder tempo. Com a saída de Rea a deixar um enorme vazio na sua formação no WorldSBK, a marca de Iwata foi obrigada a reagir rapidamente após a recusa de Oliveira. A busca por um Plano B levou a marca ao espanhol Xavi Vierge, que passou os últimos quatro anos a consolidar-se no WorldSBK depois de uma carreira bem-sucedida no Moto2.
O futuro de Vierge tem sido alvo de especulação nos últimos meses, com a sua gestão a explorar ativamente opções para lhe garantir uma moto competitiva. Conversas com a equipa independente Ducati Go Eleven chegaram a parecer promissoras, com o objetivo de assegurar uma V4 R. Contudo, as negociações colapsaram em apenas uma semana, deixando o espanhol sem uma rota clara. O seu empresário, Daniel Devahive, direcionou então o foco para a Motocorsa Racing, outra equipa satélite da Ducati, mas novamente as conversações não deram frutos.
Essa incerteza abriu espaço para a Yamaha, que — diante da perda do seu alvo preferencial Oliveira e da saída do seu campeão Rea — viu em Vierge a solução ideal. Jovem, com currículo sólido e experiência de fábrica, o espanhol é considerado um parceiro adequado para Andrea Locatelli na renovada formação da Yamaha para 2026.
Embora ainda não esteja confirmado, o movimento que ligaria Vierge à Yamaha ganha cada vez mais força, e fontes internas sugerem que o acordo está próximo de ser concluído. Se for oficializado, dará ao espanhol uma oportunidade valiosa numa equipa de fábrica e proporcionará à Yamaha um piloto capaz de evoluir lado a lado com Locatelli a médio e longo prazo.
O Futuro de Oncu: Continuidade no Supersport
Enquanto a Yamaha avaliava as suas opções de fábrica, outro nome que chegou a surgir foi o do turco Can Oncu. O jovem de 22 anos, atualmente ao serviço da Evan Bros no Campeonato do Mundo de Supersport (SSP), tem vindo a construir uma reputação como um dos talentos em maior ascensão da categoria.
Oncu testou a Yamaha R1 no circuito de Cremona no mês passado, juntando-se a Andrea Locatelli para uma sessão de avaliação. O seu desempenho foi acompanhado de perto, e rumores iniciais sugeriram que a Yamaha poderia estar a considerar uma aposta ousada e de longo prazo no turco para o projeto WorldSBK. Contudo, apesar do teste encorajador, tudo indica que ainda não chegou o momento certo para a sua promoção.
O piloto turco continua fortemente cobiçado pela Ten Kate, que pressiona para assegurar a sua continuidade no Supersport em 2026. O projeto centra-se em ajudá-lo a disputar o título da categoria, oferecendo-lhe espaço e experiência para amadurecer antes de dar o salto para o WorldSBK no futuro. Para já, Oncu deverá permanecer no paddock do Supersport, a refinar as suas capacidades e à espera da oportunidade certa para subir.
O Quadro Geral
O drama em torno do mercado de pilotos ilustra as margens apertadas e as decisões difíceis que equipas e corredores enfrentam à medida que contratos e oportunidades mudam no final da temporada. Para Oliveira, a iminente decisão de trocar o MotoGP pelo WorldSBK representa um momento definidor de carreira, que evidencia tanto a brutalidade do ambiente competitivo do MotoGP quanto o crescente apelo do WorldSBK como alternativa viável para pilotos deslocados da categoria rainha.
Para a Yamaha, o desafio é igualmente exigente. A equipa perdeu o seu astro Jonathan Rea e falhou na contratação de Oliveira, sendo obrigada a apostar na promessa de Xavi Vierge. Embora o espanhol seja sem dúvida talentoso, a sua contratação representaria ao mesmo tempo uma aposta de risco e um compromisso em construir para o futuro, em vez de depender de um veterano comprovado.
Enquanto isso, a BMW parece prestes a realizar talvez a contratação mais impactante da pré-temporada. Caso Oliveira se comprometa oficialmente, a marca alemã alinhará uma dupla de enorme experiência e qualidade, com Petrucci e Oliveira a oferecerem não apenas ritmo competitivo, mas também capacidade de liderar o desenvolvimento do projeto.
Quanto a Oncu, a decisão de permanecer no Supersport pode revelar-se sábia, permitindo-lhe amadurecer numa categoria que tem produzido algumas das maiores estrelas recentes do WorldSBK. Com a Ten Kate empenhada em apoiá-lo, as perspetivas a longo prazo do turco continuam promissoras.
Olhando em Frente
Com apenas algumas semanas até aos anúncios finais, o mercado de pilotos aproxima-se da sua conclusão, mas as apostas permanecem elevadas. A provável mudança de Oliveira para a BMW seria uma das transferências mais sonantes dos últimos anos, enquanto a aposta da Yamaha em Vierge sinaliza uma viragem deliberada para a aposta na nova geração de pilotos.
Os adeptos de ambos os campeonatos acompanham com atenção, à espera da confirmação dos últimos negócios. Para já, as peças começam a encaixar-se e o futuro do grid do WorldSBK 2026 vai ganhando forma, com histórias de redenção, oportunidade e ambição no seu centro.