Rodrigo Mora: A estrela adolescente do Porto brilha no meio de uma época de dificuldades
A época 2024-25 foi dececionante para o FC Porto, mas o surgimento do jovem avançado Rodrigo Mora deu aos adeptos um vislumbre de esperança e um motivo para acreditar num futuro melhor.
Uma estação para esquecer
A campanha do FC Porto tem sido marcada por turbulência dentro e fora de campo. Na primeira temporada sob o comando do recém-eleito presidente do clube, André Villas-Boas, a equipa teve um desempenho abaixo do esperado, ficando em quarto lugar na Primeira Liga. Uma mudança de treinador a meio da época — a primeira desde 2015-16 — juntamente com uma eliminação precoce da Liga Europa da UEFA, realçaram um ano turbulento. As dificuldades financeiras agravaram ainda mais a situação, levando à venda de jogadores importantes durante a janela de transferências de janeiro.
A Ascensão de Rodrigo Mora
No meio da escuridão, Rodrigo Mora, de 17 anos, surgiu como um raro ponto positivo. Com 8 golos e 3 assistências em pouco mais de 1.000 minutos de jogo na liga, Mora tem sido um dos jogadores sub-18 mais produtivos nas principais ligas da Europa, perdendo apenas para Lamine Yamal, do Barcelona, em envolvimento total em golos.
Desde cedo que Mora mostrou-se muito promissor na academia portista, subindo rapidamente na hierarquia. Na época 2022-23, aos 15 anos, impressionou nos Sub-17, marcando quatro golos numa só parte contra o Palmeiras FC. Poucos meses depois, tornou-se o jogador mais jovem a atuar no futebol profissional português ao estrear-se pelo Porto B na Segunda Liga.
Transição para o plantel sénior
Depois de uma época completa a jogar regularmente no Porto B, Mora foi promovido à equipa principal por Vítor Bruno, então treinador interino. Fez a sua estreia profissional numa partida da Liga Europa em setembro e marcou o seu primeiro golo pela equipa principal no mês seguinte. Em dezembro, Mora tornou-se o jogador mais jovem a marcar e a assistir no mesmo jogo da Primeira Liga, feito que repetiu uma semana depois no dérbi com o Boavista.
Apesar do surgimento de Mora, o período de Bruno no comando foi de curta duração devido aos maus resultados, tendo sido substituído por Martín Anselmi. Desde então, o técnico argentino fez de Mora um titular consistente e uma figura central no ataque da equipa.
Prosperar sob Anselmi
Desde a nomeação de Anselmi, Mora tem sido utilizado principalmente como apoio ao ataque num sistema 3-4-2-1, atuando muitas vezes como médio-ofensivo do lado direito, atrás do avançado. Também demonstrou flexibilidade ao adaptar-se a várias outras posições na linha da frente.
Tecnicamente talentoso, Mora é conhecido pelo seu excelente controlo de bola, equilíbrio e capacidade de drible. A sua compostura com a bola e consciência espacial permitem-lhe navegar em espaços apertados e contribuir significativamente para o jogo ofensivo do Porto. Capaz de utilizar os dois pés, é um jogador habilidoso, com um estilo elegante, mas também com um olhar apurado para a baliza.
Impacto e Eficiência
Sob o comando de Anselmi, Mora liderou a equipa em várias métricas de ataque importantes, incluindo golos (5), remates (29), toques na área adversária (64) e envolvimento em sequências de finalização de remates (48). A sua tomada de decisões e finalizações foram notavelmente maduras para a sua idade. Todos os seus oito golos na liga saíram de dentro da área, com uma divisão igual entre remates com o pé esquerdo e direito, demonstrando a sua versatilidade e pontaria clínica. Está também a superar significativamente os seus golos esperados (xG), mostrando a sua eficiência na frente do golo.
De salientar que quatro dos seus últimos cinco golos foram decisivos, o que realça a sua crescente influência nos momentos decisivos.
O futuro parece risonho
A recente exibição de Mora frente ao Famalicão — ao marcar os dois golos na vitória por 2-1, incluindo um golo a solo deslumbrante e uma finalização espetacular — pode ter sido a sua exibição mais completa até ao momento.
Os relatórios sugerem que o FC Porto está perto de garantir Mora num contrato de longa duração até 2030, que será formalizado quando completar 18 anos no próximo mês. Embora grande parte da temporada tenha sido dececionante para o Porto, a ascensão de Rodrigo Mora deu aos adeptos um motivo para estarem otimistas. Se 2024-25 for recordado por alguma coisa, será pela revelação de um dos mais promissores jovens talentos da Europa.