Miguel Oliveira enfrenta incerteza sobre vaga na Yamaha MotoGP de 2026, entre dificuldades de desempenho e rumores sobre a Toprak
Miguel Oliveira reconheceu abertamente a crescente incerteza em torno da sua posição na equipa Yamaha MotoGP para 2026, apesar de inicialmente se ter juntado ao que foi apresentado como um acordo de dois anos a partir desta temporada.
A temporada do piloto português tem sido marcada por uma combinação de azar e má forma. A sua adaptação à Yamaha M1 começou instável durante os testes de pré-temporada e não melhorou na abertura da temporada. A situação agravou-se significativamente em março, quando Oliveira sofreu lesões graves — luxação do esterno e da clavícula — após uma colisão provocada por Fermin Aldeguer no circuito de Termas de Río Hondo. O acidente obrigou-o a perder várias etapas, interrompendo o seu já difícil progresso.
Ao regressar à ação, Oliveira viu-se em desvantagem. Não só corria com capacidade física reduzida, como também lidava com uma Yamaha M1 que tinha evoluído na sua ausência, tendo recebido um novo motor e chassis. A combinação de tempo de pista perdido, recuperação física e a necessidade de adaptação a uma máquina significativamente alterada deixou-o com dificuldades em apresentar resultados.
Esta forma decepcionante deixou-o como o piloto da Yamaha com a pior classificação na classificação. De acordo com fontes do paddock, uma cláusula baseada no desempenho no seu contrato poderia permitir à Yamaha e à equipa satélite Pramac substituí-lo em 2026, caso se mantivesse como o piloto da Yamaha com a pior classificação.
As especulações intensificaram-se devido ao interesse da Yamaha em trazer a estrela turca Toprak Razgatlioglu para o MotoGP. Enquanto Jack Miller, companheiro de equipa de Oliveira, tem tecnicamente um contrato de um ano, Oliveira parece agora mais vulnerável a ser substituído. Durante a sessão de treinos de sexta-feira em Aragão, o responsável da equipa Pramac, Gino Borsoi, confirmou que as discussões com os representantes de Razgatlioglu estavam em curso. Embora tenha sublinhado que nenhum acordo tinha sido finalizado, os seus comentários indicavam que a vaga de Oliveira poderia estar em risco — não apenas a de Miller.
Quando questionado sobre a possibilidade de Razgatlioglu se juntar à equipa, Oliveira foi diplomático:
“Toprak seria uma boa adição ao MotoGP. Se a Yamaha tiver a oportunidade de o contratar, claro — porque não? Se isso significa que precisam de abrir espaço, a decisão é deles. Confio no seu julgamento. Mas nada é oficial ainda, é apenas especulação.”
Questionado sobre se a possível chegada de Razgatlioglu poderia levar a uma disputa renhida com Miller pelo lugar restante, Oliveira não hesitou em reconhecer a pressão:
“Sim, há pressão — com certeza. Se for esse o caso, tenho de cumprir. Esta época não correu como eu queria. Fui retirado, perdi uma boa parte da época e, quando regressei, a moto estava diferente. Tive dificuldades nas últimas corridas, mas agora tenho até às férias de verão para provar o que posso fazer. Essa é a realidade.”
O seu desempenho em Aragón enfatizou ainda mais as suas dificuldades. Oliveira foi o mais lento entre os pilotos da Yamaha nos treinos de sexta-feira e descreveu a sessão como um completo “desastre”. Revelou problemas graves com a eletrónica da moto, que, segundo ele, tornavam quase impossível conduzir de forma eficiente durante as simulações de classificação com pneus macios. Estes problemas ecoaram as queixas do companheiro de equipa, Fabio Quartararo.
“Estava a fazer highside em quase todas as curvas para a esquerda. À entrada da curva, a moto não se comportou normalmente — estava a deslizar de forma imprevisível. Há algo de seriamente errado, especialmente com a eletrónica. Precisamos de fazer grandes mudanças se quisermos um ataque de tempo adequado amanhã de manhã.”
Enquanto a Yamaha continua a avaliar as suas opções de pilotos para 2026, Oliveira encontra-se numa posição precária — a lutar contra problemas técnicos e o relógio a contar das avaliações de desempenho a meio da temporada. O seu futuro na equipa pode depender do que conseguir realizar antes das férias de verão.