Miguel Oliveira vai deixar o MotoGP após a temporada de 2025 e prepara-se para migrar para o Campeonato do Mundo de Superbike com a BMW.
A temporada de MotoGP 2025 marcará o fim de uma era para os adeptos portugueses de motociclismo, com Miguel Oliveira a preparar-se para se despedir da principal categoria da modalidade. O piloto de 30 anos, há muito reconhecido e consagrado na modalidade, vai transitar para o Campeonato do Mundo de Superbike em 2026, integrando a equipa oficial de fábrica da BMW.
A saída de Oliveira evoca um forte sentimento de nostalgia entre os entusiastas do MotoGP. Ao longo dos anos, construiu um currículo impressionante na categoria principal, conquistando cinco vitórias em Grandes Prémios e protagonizando várias prestações inesquecíveis. A sua precisão, inteligência e resiliência em pista fizeram dele um dos maiores ícones do desporto português.
O anúncio surge num momento particularmente emotivo, com Oliveira a aproximar-se daquela que poderá ser a sua última corrida de MotoGP em casa, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão. O Grande Prémio de Portugal ocupa um lugar especial na sua carreira e no coração dos fãs. Foi em grande parte graças à ascensão de Oliveira como um competidor de classe mundial que o evento regressou ao calendário do MotoGP em 2020. Nesse ano, perante uma multidão local em êxtase, Oliveira protagonizou uma das performances mais dominantes da sua carreira — conquistando a pole position e garantindo uma vitória memorável no Grande Prémio de Portugal inaugural da era moderna.
Enquanto se prepara para o evento deste fim de semana, Oliveira admite que as emoções estão ao rubro. Em entrevista à Speedweek, refletiu sobre a importância de correr em Portimão, talvez pela última vez como piloto de MotoGP.
“É especial porque sei que esta será, provavelmente, a minha última prova de MotoGP em Portimão”, disse. “Mas esta não será a última vez que lá correrei.”
De facto, Portimão também figura regularmente no calendário do Campeonato do Mundo de Superbike, o que significa que Oliveira continuará a competir em casa — embora em circunstâncias bem diferentes. O astro português enfatizou que, embora o seu percurso no MotoGP esteja a chegar ao fim, a sua paixão por correr e representar o seu país continua tão forte como sempre. “Nem sei como descrever o que estou a sentir, porque isto não é um fim”, continuou. “Mas esta é provavelmente a última vez que competirei numa corrida de MotoGP aqui. Isto dá ao evento uma dimensão muito especial. Este é definitivamente o início de um novo capítulo.”
O legado de Oliveira no MotoGP vai para além das suas estatísticas. Embora nunca tenha conquistado um título mundial em Moto3 ou Moto2, esteve perto em diversas ocasiões e demonstrou consistentemente uma capacidade e determinação excecionais. As suas cinco vitórias em MotoGP são um testemunho do seu talento — especialmente tendo em conta que a KTM, o fabricante com o qual alcançou a maior parte do seu sucesso, não vence uma corrida desde o seu triunfo no Grande Prémio da Tailândia de 2022.
Enquanto Miguel Oliveira se prepara para embarcar na próxima fase da sua carreira, os fãs de todo o mundo irão certamente refletir sobre as suas contribuições para o MotoGP. Da sua histórica vitória em casa em 2020 ao seu profissionalismo inabalável, Oliveira deixa um legado de paixão, perseverança e orgulho que continuará a inspirar as futuras gerações de ciclistas portugueses.


