Miguel Oliveira fala sobre a vida depois das corridas: uma ligação contínua ao MotoGP
Ainda imerso no mundo de alto risco do MotoGP, Miguel Oliveira começou a refletir sobre como será a vida depois de pendurar o capacete. O piloto da Pramac Yamaha, conhecido pelo seu foco e dedicação nas pistas, partilhou recentemente as suas reflexões sobre a reforma e os desafios que podem surgir com a transição para longe do desporto que moldou a maior parte da sua vida.
Em entrevista ao jornalista Manuel Pecino no seu canal de YouTube, Oliveira revelou que, embora tenha projetos e interesses pessoais fora das corridas, a ideia de se afastar completamente do paddock do MotoGP parece assustadora.
“Não creio que seja uma exceção — cada piloto tem as suas próprias atividades e projetos paralelos fora das pistas. Tenho muitas coisas que me mantêm ocupado, tanto que imagino que nem sequer terei tempo para voltar ao paddock quando me retirar. Mas, ao mesmo tempo, é importante reconhecer que ando de moto desde os oito anos. Durante a maior parte da minha vida, vivi e respirei corridas. Familiarizei-me profundamente com as rotinas dos paddocks, o ritmo dos fins de semana de corrida, as viagens constantes e os hotel. Deixar tudo isto de uma vez seria como perder uma parte de quem sou.”
Oliveira enfatizou o peso emocional que tal partida carregaria. Reconheceu que a repentina desconexão de um estilo de vida tão enraizado na sua identidade seria provavelmente difícil de lidar, independentemente de quão preparado tentasse estar.
“Dar um passo completamente atrás do mundo das corridas seria muito abrupto — quase como ser atirado para uma realidade completamente diferente, sem período de transição. É algo que o obrigaria a adaptar-se rapidamente e talvez até de forma desconfortável. Foi por isso que comecei a considerar como seria a minha vida pós-competitiva. Não a vejo como uma rutura total, mas sim como uma mudança para uma nova função que me mantenha próximo do desporto, possivelmente através do envolvimento num projeto no paddock de MotoGP.”
Para Oliveira, as corridas são mais do que apenas uma profissão — é um percurso profundamente pessoal que o define há décadas. Mesmo considerando a reforma, há um desejo claro de manter uma forte ligação com o desporto. Seja a trabalhar nos bastidores, a apoiar equipas, a orientar pilotos mais jovens ou a contribuir de alguma outra forma, Oliveira vê-se como parte da família do MotoGP muito para além da sua última corrida.
Esta perspetiva cuidadosa e orientada para o futuro mostra um piloto não só comprometido com a excelência em pista, mas também consciente de como preservar a sua paixão e identidade numa nova fase da vida.