O pentacampeão de MotoGP, Miguel Oliveira, terminou o seu percurso na categoria principal este domingo, no Grande Prémio de Valência, marcando o final de uma passagem de seis temporadas que lhe proporcionou tanto momentos marcantes como desafios difíceis. O piloto português, que se estreou no MotoGP em 2019, admitiu que abandonar o campeonato nesta fase foi emocionalmente complexo, descrevendo o momento como “um misto de excitação, tristeza e felicidade”.
A saída de Oliveira do MotoGP acontece depois de ter perdido o seu lugar na Pramac Yamaha no início do ano, quando uma cláusula de desempenho anulou o segundo ano do seu contrato. Essa vaga foi preenchida pelo tricampeão mundial de Superbike, Toprak Razgatlioglu, o que levou Oliveira a transferir-se para a BMW, antiga equipa da estrela turca, enquanto se prepara para um novo desafio fora do paddock de MotoGP em 2025.
Terminando em 11º lugar na sua última corrida de MotoGP, Oliveira terminou a temporada de 2024 com 43 pontos e na 20ª posição na classificação de pilotos. Refletindo sobre a sua corrida em Valência, manifestou satisfação pelas melhorias que a sua equipa conseguiu implementar antes da partida.
“Fizemos alguns ajustes para o aquecimento e senti-me melhor”, explicou. “A corrida confirmou este progresso. O meu ritmo foi consistente e forte, e recuperar sete posições em relação ao arranque foi algo para celebrar. Foi um bom resultado e uma boa forma de me despedir. O Jack [Miller] terminou entre os dez primeiros e eu fiquei perto, por isso, no geral, foi um dia positivo para a equipa.”
O percurso de Oliveira no MotoGP começou com a equipa Tech3 KTM em 2019, e rapidamente se afirmou como um piloto capaz de apresentar performances excecionais. A sua primeira vitória na categoria principal aconteceu em 2020, e todas as suas cinco vitórias na carreira foram conquistadas com motos KTM, sendo o seu triunfo mais recente no Grande Prémio da Tailândia de 2022, marcado pela chuva.
O piloto português mudou posteriormente para a equipa RNF Aprilia em 2023 e 2024, embora as lesões tenham prejudicado a sua capacidade de demonstrar todo o seu potencial. A sua transferência para a Pramac Yamaha em 2024 ofereceu uma nova oportunidade, mas os resultados inconsistentes e a estrutura do seu contrato acabaram por encurtar a sua permanência.
Questionado sobre as emoções de completar a sua última corrida de MotoGP, Oliveira reconheceu que o momento tinha um peso significativo.
“Estou entusiasmado porque vou para um novo paddock e um novo desafio, e isso é ao mesmo tempo assustador e emocionante”, disse. “Mas também estou triste porque sei que tenho muito potencial neste campeonato, e é dececionante sair nestas circunstâncias. Ainda assim, hoje foi uma celebração, e estou grato por terminar a época desta forma.”
Oliveira tem sido associado a um papel de piloto de testes da Aprilia para o próximo ano, uma possibilidade que confirmou que permanece em aberto, enquanto as negociações continuam em paralelo com os seus planos com a BMW. Independentemente de onde acabe por ir, o piloto de 29 anos deixa o MotoGP como um dos mais bem sucedidos pilotos de motociclismo portugueses e uma figura respeitada em todo o paddock.


