Jakub Kiwior aproxima-se de uma marca histórica ao refletir sobre a revitalização da carreira no FC Porto
Enquanto a Polónia se prepara para defrontar a Holanda esta sexta-feira, Jakub Kiwior está prestes a alcançar uma marca pessoal: caso entre em campo, o defesa do FC Porto vai chegar ao 40.º jogo pela seleção. Com apenas 25 anos, o defesa encontra-se já num momento decisivo da sua carreira – uma carreira que acredita ter sido positivamente transformada pela sua transferência para Portugal. Em entrevista ao Łączy nas Piłka, Kiwior explicou que a sua entrada no FC Porto por empréstimo proporcionou-lhe exatamente aquilo que lhe faltava durante a sua passagem pelo Arsenal: a oportunidade de jogar com regularidade.
Kiwior reconheceu que, para quem vê de fora, a sua transferência pode ser interpretada como um passo atrás em termos de prestígio na liga, mas insiste que a decisão foi estratégica e benéfica. “Do ponto de vista da liga, alguns podem chamar-lhe um retrocesso, mas do ponto de vista do clube, definitivamente não foi”, afirmou. “No FC Porto tenho finalmente o que me faltava em Londres: minutos regulares em campo. Sinto-me muito bem aqui. As decisões que tomámos foram as mais acertadas.” Acrescentou que a reputação do Porto foi um fator importante na transferência. “Não havia muito em que pensar. Qualquer pessoa que acompanhe futebol sabe o quão grande é o FC Porto.”
O defesa refletiu ainda sobre as conversas que abriram caminho para o seu empréstimo. O seu último encontro com Mikel Arteta, revelou, foi direto e amigável. “Nessa altura já sabíamos que iria para o FC Porto. O treinador realçou a importância do clube e desejou-me tudo de bom.” Uma conversa anterior, porém, exigiu mais coragem. “Pedir um empréstimo não foi fácil. Nunca o tinha feito antes. Mas senti que estava na altura de falar com ele a sós. Ele compreendeu a minha situação e apoiou-me.”
A adaptação de Kiwior ao plantel portista foi rápida. Apesar da transferência ter sido finalizada no último dia da janela de transferências, foi integrado diretamente na equipa titular, formando uma dupla de centrais totalmente polaca com Jan Bednarek. O momento da transferência criou alguns desafios — esteve com a seleção nacional até depois dos jogos com a Holanda e a Finlândia —, mas explicou que a estrutura de apoio do Porto facilitou o processo. “É uma pena que o negócio tenha sido fechado tão tarde. Ainda antes de conhecer a equipa, já estava ao serviço da seleção. Só depois dos nossos jogos é que eu e o Bednarek viajamos para Portugal.”
Uma figura fundamental na sua adaptação tranquila foi o treinador do Porto, Francesco Farioli. Kiwior enfatizou a importância do trabalho tático inicial. “O treinador passou muito tempo comigo individualmente, analisando pormenores e partidas”, observou. “Por causa disso, consegui integrar-me imediatamente. Foi um sinal muito positivo — pela primeira vez num novo clube, fui titular desde o início.”
O defesa afastou ainda a ideia de que qualquer uma das suas mudanças na carreira — seja a saída do Anderlecht para a Eslováquia ou a transferência da Inglaterra para Portugal — deva ser vista como um retrocesso. Cada transição, disse, contribuiu para a sua maturidade, tanto profissional como pessoal.
No balneário do Porto, rapidamente se sentiu à vontade, principalmente ao lado de Bednarek. A dupla costuma comunicar em polaco durante as partidas, embora mudem para inglês quando se dirigem a todo o grupo. Kiwior referiu que alguns colegas de equipa até demonstraram curiosidade pela língua polaca, referindo com um sorriso que Deniz Gul parece estar a aprender com muita facilidade.


