Miguel Oliveira: “Devo orgulhar-me de mim próprio” — O piloto português reflete sobre o seu percurso no MotoGP antes da transição para o WorldSBK
Após mais de dez anos a competir ao mais alto nível do motociclismo, Miguel Oliveira reservou um momento para refletir sobre o seu percurso no paddock de MotoGP™ enquanto se prepara para um novo capítulo no Mundial de Superbike (WorldSBK). O piloto português, que fez história como o primeiro do seu país a vencer em MotoGP, falou com emoção e perspicácia sobre os desafios e triunfos que definiram a sua carreira até ao momento — sublinhando que esta transição pode ser um “adeus”, mas não necessariamente um “fim”.
A carreira de Oliveira no MotoGP foi marcada pela determinação, inteligência e resiliência. Desde a sua estreia na categoria principal em 2019 com a equipa Tech3 KTM, o piloto português rapidamente se afirmou como um dos pilotos mais talentosos e metódicos da grelha. A sua primeira vitória aconteceu de forma impressionante no Grande Prémio da Estíria de 2020, onde conquistou o triunfo com uma ultrapassagem perfeitamente cronometrada na última curva — um momento que consolidou a sua reputação como um piloto capaz de brilhar sob pressão.
Refletindo sobre o seu percurso, Oliveira manifestou orgulho pelo que conquistou. “Acho que devo orgulhar-me de mim mesmo”, disse. “Quando olho para trás e vejo tudo o que passei — os altos, os baixos, as lesões e as reviravoltas — percebo o quão longe cheguei. Dei tudo de mim para ser competitivo no MotoGP e, mesmo que nem todas as corridas tenham corrido como eu esperava, sempre lutei com todas as minhas forças.”
Ao longo da sua carreira no MotoGP, Oliveira acumulou várias vitórias e resultados consistentes entre os primeiros lugares, tornando-se um dos favoritos dos fãs não só em Portugal, mas também em todo o paddock internacional pelo seu profissionalismo e humildade. Apesar de enfrentar vários contratempos, incluindo lesões e fases desafiantes no desenvolvimento da moto, manteve uma abordagem calma e analítica que lhe valeu o respeito dos colegas e das equipas.
Agora, enquanto se prepara para a transição para o WorldSBK, Oliveira encara a mudança não como um fim, mas como uma nova oportunidade de crescimento. “Este não é o fim da minha história”, explicou. “Ainda tenho muito para oferecer como piloto. Vejo esta mudança como uma forma de me redescobrir num ambiente diferente, com desafios diferentes. É uma oportunidade para aprender, adaptar-me e talvez até surpreender algumas pessoas novamente.”
A decisão de Oliveira de migrar para o WorldSBK realça tanto o seu espírito competitivo como o seu desejo de se manter na vanguarda do motociclismo mundial. Embora as diferenças entre o MotoGP e o WorldSBK sejam significativas — desde as motos e os pneus aos formatos das corridas — a inteligência técnica e a capacidade de adaptação do piloto português podem revelar-se vantagens decisivas.
Ao terminar este capítulo no MotoGP, a mensagem de Oliveira mantém-se de gratidão e otimismo. “Estou grato por cada oportunidade, cada equipa, cada adepto que me apoiou”, afirmou. “O MotoGP tem sido a minha casa durante muitos anos e sempre o levarei comigo. Isto pode ser um até logo, mas não um adeus definitivo — porque nunca se sabe o que o futuro reserva.”
Com isto, Oliveira embarca na sua próxima aventura, carregando o orgulho de uma nação e a experiência de um piloto que já escreveu um capítulo inesquecível na história do MotoGP — e que ainda poderá escrever muitos mais.


