Fim de Semana Amargo para a Prima Pramac Yamaha no GP da Malásia, com Miller e Oliveira a Lutarem para Encontrar Forma
O Grande Prémio da Malásia revelou-se uma jornada complicada para a equipa Prima Pramac Yamaha MotoGP, já que tanto Jack Miller como Miguel Oliveira enfrentaram uma corrida difícil no Circuito Internacional de Sepang. A 20.ª ronda do Campeonato do Mundo de MotoGP de 2025 terminou com Miller a conquistar o 14.º lugar, enquanto Oliveira, após uma queda a meio da corrida, recuperou para terminar na 19.ª posição.
Apesar dos seus esforços, a equipa conseguiu apenas dois pontos no fim de semana — todos cortesia do resultado de Miller — deixando Oliveira fora dos pontos após uma infeliz queda na 10.ª volta. Foi um desfecho frustrante para um fim de semana já de si complicado na Malásia, marcado por problemas de aderência e falta de velocidade em linha reta que limitaram o potencial de ambos os pilotos.
O 14.º lugar de Miller valeu-lhe dois pontos no campeonato, elevando o seu total para 68, o que o coloca na 18.ª posição da classificação geral. Oliveira, com 36 pontos, mantém-se em 20.º. Como resultado, a equipa Prima Pramac Yamaha ocupa agora o 11.º lugar no Campeonato de Equipas com 107 pontos, enquanto o campeonato se prepara para a penúltima ronda, em Portimão, Portugal, dentro de duas semanas.
Um Fim de Semana de Dificuldades em Sepang
O GP da Malásia encerrou a exigente sequência de quatro corridas fora da Europa com mais um teste árduo para a equipa Prima Pramac Yamaha. Limitações de aderência, défices de velocidade de ponta e condições desafiantes de pista combinaram-se para tornar a vida difícil para ambos os pilotos.
Para Jack Miller, o foco esteve em manter a consistência e evitar erros. O piloto australiano teve dificuldades em encontrar tração nas saídas de curva e faltou-lhe velocidade nas retas para atacar os adversários. Apesar dos contratempos, manteve um ritmo constante para cumprir os objetivos traçados pela equipa e garantir um resultado modesto, mas valioso, em 14.º lugar.
Entretanto, o fim de semana de Miguel Oliveira terminou em desilusão. O piloto português perdeu a frente da sua moto na 10.ª volta, o que resultou numa pequena queda. Embora tenha conseguido regressar à pista e terminar a corrida, fê-lo na 19.ª posição, fora dos pontos. A queda de Oliveira refletiu o mesmo tipo de perda de frente que já tinha experimentado no início do fim de semana, evidenciando as dificuldades contínuas da equipa com a aderência dianteira e a gestão dos pneus.
Diretor da Equipa Reflete sobre uma Corrida Difícil
O Diretor da Equipa, Gino Borsoi, expressou sentimentos mistos após a corrida, reconhecendo o esforço da equipa apesar de mais um fim de semana complicado.
“Foi um fim de semana complicado. A corrida foi muito difícil, especialmente para o Jack, que não conseguiu encontrar aderência suficiente para ser competitivo nas saídas de curva, e, como sempre acontece quando se está num grupo, faltou-nos um pouco de velocidade de ponta”, afirmou Borsoi. “No final, ele fez uma corrida dentro dos objetivos que tínhamos estabelecido. Quanto ao Miguel, é uma pena. Tivemos dificuldades desde o início do fim de semana e, embora tenhamos conseguido melhorar algumas coisas, recuperar desde o fundo nunca é fácil. Agora vamos para Portimão e espero que a corrida em casa lhe dê o impulso necessário para alcançar um bom resultado, porque ele realmente o merece.”
Os comentários de Borsoi destacam o desafio contínuo que a equipa enfrenta enquanto continua a adaptar-se ao pacote Yamaha e procura maior consistência e competitividade em condições de corrida.
Miller: “Concentrei-me em Levar a Moto até ao Fim”
Jack Miller descreveu o GP da Malásia como uma corrida de sobrevivência em vez de ataque. Com o desgaste dos pneus e os problemas de aderência a afetarem a maioria do pelotão, o piloto australiano optou por uma abordagem cautelosa.
“Tentei gerir os pneus o melhor possível, sendo muito suave no início da corrida para garantir que chegava ao fim e tivesse algo guardado para as últimas voltas,” explicou Miller. “Mas tive os mesmos problemas que os pilotos à minha volta. O Rins estava na mesma situação, a tentar poupar durante a maior parte da corrida, embora parecesse ter um pouco mais de tração nas saídas de curva. No final, concentrei-me em levar a moto até à meta em vez de acabar na gravilha. Espero que possamos ser mais competitivos em Portimão.”
As declarações de Miller refletem uma atitude pragmática — privilegiando a conclusão da corrida em detrimento de riscos desnecessários em condições que ofereciam poucas recompensas para a agressividade. A sua consistência garantiu pelo menos que a equipa deixasse Sepang com alguns pontos importantes no campeonato.
Oliveira: “As Ambições Poderiam Ter Sido Maiores”
Para Miguel Oliveira, a corrida foi marcada pela frustração e por uma oportunidade perdida. O piloto português esperava que a mudança para o pneu dianteiro médio melhorasse a confiança na frente, mas os mesmos problemas voltaram a surgir, resultando numa queda que comprometeu as suas hipóteses de um melhor resultado.
“O mesmo que aconteceu no sábado voltou a repetir-se — uma pequena queda na frente, sem aviso,” explicou Oliveira. “Pensei que hoje, com o pneu dianteiro médio, as coisas fossem melhores, mas foi difícil gerir a aderência. Estava a rodar confortavelmente apesar das dificuldades que enfrentávamos, mas não havia muito mais que pudéssemos fazer. As ambições poderiam ter sido maiores, mas hoje o melhor que poderíamos alcançar seria terminar junto das outras duas Yamahas.”
Apesar da desilusão, Oliveira mantém-se otimista quanto ao regresso ao seu circuito caseiro em Portimão, onde já demonstrou excelentes desempenhos no passado. O GP de Portugal oferecerá ao piloto uma oportunidade para recuperar o ânimo e terminar a temporada de forma mais positiva.
Foco em Portimão
Com a exigente passagem asiática agora concluída, a Prima Pramac Yamaha vira atenções para a penúltima ronda do campeonato — o Grande Prémio de Portugal, no Autódromo Internacional do Algarve. A equipa espera que o fator casa de Oliveira e a progressão constante de Miller possam traduzir-se num resultado mais forte antes da última corrida da temporada.
Após mais um fim de semana difícil, a equipa mantém o compromisso de continuar a melhorar o seu pacote técnico, encontrar mais aderência e reduzir a diferença para os pilotos da frente. A próxima ronda em Portimão representa não apenas uma nova oportunidade de redenção, mas também um regresso simbólico a casa para Oliveira — e talvez, a chance de a Prima Pramac Yamaha inverter a maré antes de cair o pano sobre a temporada de MotoGP 2025.


