Yamaha Avalia Futuro de Jonathan Rea e Considera Can Öncü como Potencial Piloto de Fábrica na WorldSBK em 2026
A Yamaha encontra-se em um momento decisivo à medida que se prepara para a temporada de 2026 do Campeonato Mundial de Superbike (WorldSBK), com o futuro do hexacampeão Jonathan Rea ainda indefinido. Enquanto o piloto norte-irlandês deve anunciar seus planos entre a etapa da WorldSBK em Balaton e o início de agosto, a fabricante japonesa não está esperando de braços cruzados. A Yamaha já começou a considerar possíveis substitutos, caso Rea decida deixar o assento na equipe de fábrica. No topo da lista de candidatos está o jovem talento turco Can Öncü, atualmente em destaque no Campeonato Mundial de Supersport (WorldSSP).
Rea, que ingressou na Yamaha em 2024 após uma longa e vitoriosa trajetória com a Kawasaki, tem enfrentado dificuldades para manter um desempenho consistente nas primeiras posições desde a mudança. Embora sua experiência e histórico nas pistas sejam inquestionáveis, os resultados irregulares levantaram dúvidas, e a Yamaha está se preparando para uma possível transição. O silêncio do piloto quanto aos seus planos para além de 2025 aumentou ainda mais as especulações de que ele pode estar considerando a aposentadoria ou, ao menos, sua saída da equipe oficial da Yamaha.
Enquanto Rea pondera seus próximos passos, a direção da Yamaha avalia cuidadosamente as opções disponíveis. Um nome que desperta grande interesse é o de Can Öncü, de apenas 21 anos. O turco, gerenciado pelo ex-campeão mundial de Supersport Kenan Sofuoğlu, está tendo uma temporada de destaque no WorldSSP, pilotando a Yamaha R9 pela equipe Evan Bros Racing. Após anos de altos e baixos, marcados por promessas não cumpridas e ausências devido a lesões enquanto defendia a Kawasaki, a campanha de 2025 de Öncü representa um verdadeiro ponto de virada. Atualmente, ele ocupa a segunda posição no campeonato e tem demonstrado ritmo forte e consistência ao longo da temporada.
O desempenho de Öncü reacendeu as discussões sobre seu futuro, com seu mentor Sofuoğlu desempenhando um papel ativo na condução de sua carreira. De acordo com fontes próximas à situação, Sofuoğlu já iniciou conversas com dirigentes da Yamaha para explorar a viabilidade de Öncü assumir um posto na equipe oficial da WorldSBK a partir de 2026. Em entrevista recente à mídia turca, Sofuoğlu afirmou que estão analisando dois possíveis caminhos para Öncü — uma transição para a WorldSBK ou uma mudança para o Mundial de Moto2. Diante do interesse crescente da Yamaha, a primeira opção parece cada vez mais provável.
Por parte da Yamaha, a ideia não foi descartada. Um porta-voz da marca japonesa comentou: “Can Öncü está definitivamente entre os jovens talentos que estamos monitorando de perto, juntamente com outros nomes como Stefano Manzi. No entanto, ainda não estamos em posição de confirmar nada. Precisamos primeiro de uma definição sobre o futuro de Jonathan Rea antes de tomar qualquer decisão definitiva.”
Como parte do processo de avaliação da prontidão de Öncü para as Superbikes, a Yamaha já iniciou testes técnicos. No último fim de semana, Öncü realizou uma sessão privada no circuito de Istanbul Park com uma Yamaha R1 modelo 2015, permitindo que tanto ele quanto os engenheiros da Yamaha avaliassem sua adaptação à plataforma Superbike. A sessão, segundo relatos, teve resultados promissores, e uma segunda rodada de testes poderá acontecer em agosto, dependendo da avaliação da equipe e do desempenho contínuo de Öncü no WorldSSP. Essas ações fazem parte do plano de contingência mais amplo da Yamaha, que poderá ser ativado caso Rea decida se retirar ao final da temporada.
A possibilidade de um jovem e dinâmico piloto como Öncü assumir um posto na equipe oficial da WorldSBK representaria uma mudança geracional significativa para a Yamaha. A fabricante parece cada vez mais inclinada a investir em novos talentos como forma de moldar o futuro de seu programa esportivo. Caso seja promovido, Öncü se tornaria um dos mais jovens pilotos de fábrica no grid da WorldSBK, além de um dos poucos turcos a alcançar tal posição de prestígio no motociclismo internacional — seguindo os passos de seu mentor Sofuoğlu e do compatriota Toprak Razgatlıoğlu.
Apesar de Öncü estar entre os principais candidatos internos da Yamaha, a equipe de fábrica também monitora de perto os acontecimentos na MotoGP. O piloto português Miguel Oliveira, atualmente na Trackhouse Racing, é apontado como um possível nome disponível, já que rumores indicam que ele pode perder sua vaga na MotoGP devido ao desempenho abaixo das expectativas. Segundo relatos, a Pramac Ducati estaria considerando outros nomes para 2026, colocando o futuro de Oliveira em xeque. Caso ele fique livre no mercado, a Yamaha pode cogitar sua contratação como uma alternativa experiente a Öncü — especialmente se a equipe quiser manter um piloto com bagagem semelhante à de Rea, agregando liderança e conhecimento técnico.
Ainda assim, a Yamaha parece mais focada em desenvolver jovens talentos dentro de seu próprio sistema. Stefano Manzi, outro destaque no WorldSSP e piloto que vem evoluindo com o apoio da Yamaha, também segue no radar. No entanto, a juventude, a agressividade nas pistas e o desempenho de 2025 conferem a Can Öncü uma vantagem competitiva no processo de avaliação interna da marca.
Enquanto isso, na equipe satélite GRT Yamaha WorldSBK, o panorama parece mais estável. Remy Gardner, que vem apresentando progresso em sua segunda temporada na WorldSBK, estaria próximo de renovar seu contrato para 2026. O piloto australiano tem mostrado evolução sob a orientação dos chefes de equipe Filippo Conti e Simone Bustreo e é visto como peça fundamental no futuro da GRT. Por outro lado, o ciclo de Dominique Aegerter na equipe parece se aproximar do fim, com sinais indicando sua possível saída ao final da temporada atual.
Esses desdobramentos refletem uma reestruturação estratégica mais ampla da Yamaha, que busca equilibrar experiência e juventude em seus programas de Superbike. A decisão entre apostar na ousadia e potencial de Can Öncü ou na experiência de um veterano como Oliveira dependerá, em grande parte, do desfecho da temporada de 2025 — e, principalmente, da escolha de Jonathan Rea sobre continuar ou não na equipe.
Para Öncü, os próximos meses serão um verdadeiro teste. Suas atuações na reta final do WorldSSP, bem como sua capacidade de adaptação à Yamaha R1 nos testes privados, poderão ser determinantes para conquistar uma vaga na equipe oficial da Yamaha na categoria de motos de produção mais prestigiada do planeta.
O tempo de decisão da Yamaha está se esgotando. Com a temporada de 2025 já entrando em sua segunda metade, espera-se que haja uma definição sobre o futuro de Rea em breve. Uma vez tomada essa decisão, a Yamaha deve agir rapidamente — seja consolidando a atual formação ou iniciando uma nova era com estrelas em ascensão como Can Öncü.
Enquanto o paddock da WorldSBK fervilha em especulações, uma grande questão paira no ar: a Yamaha está prestes a dar um ousado salto geracional ao entregar o comando da sua superbike a um promissor jovem de 21 anos, ou optará por uma mão experiente para conduzir a R1 no futuro? Seja qual for o caminho, o desfecho será um marco importante na jornada da Yamaha no mundo das Superbikes.