O percurso de sete anos de Miguel Oliveira no Campeonato do Mundo de MotoGP chegou ao fim no Grande Prémio de Valência de 2025, encerrando um capítulo significativo na carreira do piloto português. Com a última etapa da temporada a marcar a sua despedida da categoria principal, Oliveira prepara-se para um novo desafio ao juntar-se à equipa ROKiT BMW Motorrad WorldSBK para o Campeonato Mundial de Superbike de 2026.
A temporada de 2025 revelou-se difícil e atípica para Oliveira. Depois de assinar com a Prima Pramac Racing e trocar a Aprilia pela Yamaha, as expectativas eram altas para um ano revitalizado. No entanto, a sua temporada desmoronou logo no início, quando sofreu uma lesão durante o Grande Prémio da Argentina, o que o obrigou a perder quatro etapas consecutivas num momento crucial do campeonato.
Após o seu regresso em Le Mans, Oliveira trabalhou para recuperar a confiança e a velocidade com a Yamaha. Apesar dos seus esforços, o resto da temporada apresentou apenas lampejos da forma que o tinha consagrado cinco vezes vencedor de corridas de MotoGP. Conseguiu dois resultados entre os dez primeiros nas restantes provas do Grande Prémio e terminou o ano em 20.º na classificação geral — bem diferente do que tinha imaginado quando entrou para a equipa.
Ainda assim, a sua última corrida na categoria proporcionou-lhe uma sensação de satisfação e de encerramento. Cruzando a meta no 11º lugar em Valência, Oliveira descreveu a experiência não como um fim, mas como um momento para celebrar a viagem que tinha completado. Em entrevista à TNT Sports após a bandeira de xadrez, manifestou gratidão e orgulho tanto pela prestação como pelo apoio recebido.
“Estou bem, sinto-me bem”, refletiu Oliveira. “Não parece que tenha terminado a corrida, é apenas um momento de celebração. Tenho de agradecer aos rapazes da equipa — foram incríveis comigo, pacientes também, à espera que eu recuperasse a minha velocidade. Hoje, posso dizer que foi uma boa corrida. Senti-me bem. Terminei de forma forte.”
Ao longo da sua carreira no MotoGP, Oliveira apresentou várias prestações memoráveis que demonstraram o seu talento, precisão e compostura sob pressão. As suas cinco vitórias colocam-no entre os pilotos mais bem sucedidos que Portugal já produziu, e cada uma delas teve o seu próprio significado. No entanto, quando questionado sobre o seu momento favorito na categoria principal, não hesitou em escolher o emocionante triunfo de 2020 no Grande Prémio de Portugal — a sua corrida em casa.
“É difícil, mas provavelmente a de Portugal”, disse. “Não foi a minha primeira vitória no MotoGP, mas foi provavelmente a mais especial. Por isso, sim, essa.”
Enquanto Oliveira se prepara para o próximo capítulo da sua carreira nas corridas, o seu legado no MotoGP continua definido pela resiliência, lampejos de genialidade e momentos que inspiraram fãs em Portugal e em todo o mundo. Embora o seu percurso no paddock de MotoGP tenha chegado ao fim, o seu espírito competitivo e a sua experiência posicionam-no como um novo e promissor concorrente no Mundial de Superbike, onde procurará reencontrar a forma vencedora num novo e promissor cenário.


