Prima Pramac Yamaha pronta para um regresso emocionante no Grande Prémio do Japão
O Campeonato do Mundo de MotoGP 2025 entra na sua reta final este fim de semana com a 17.ª ronda no Twin Ring Motegi, um circuito que ocupa um lugar especial no coração de pilotos e adeptos. Para a Prima Pramac Yamaha, o Grande Prémio do Japão representa muito mais do que apenas mais uma corrida no calendário — é um verdadeiro regresso a casa. Com a Yamaha sediada em Iwata, o evento carrega um enorme peso emocional e simbólico para a equipa, os seus pilotos Jack Miller e Miguel Oliveira, bem como para os milhares de funcionários e fãs da marca que irão a Motegi apoiar.
À medida que o campeonato entra na sua fase decisiva, Miller e Oliveira estão determinados a alcançar bons resultados num dos circuitos mais tecnicamente exigentes da temporada. Conhecido como uma verdadeira pista de “stop-and-go”, Motegi é um teste implacável de precisão na travagem e estabilidade da moto, fatores que colocam piloto e máquina no limite absoluto.
Início emocional em Iwata: a receção da Yamaha
A semana da Prima Pramac Yamaha no GP do Japão começou de forma sentimental e inspiradora, com os pilotos a realizarem uma visita especial à sede da Yamaha Motor Company em Iwata. A viagem teve um valor simbólico, mas também serviu como poderoso lembrete do vasto legado industrial e desportivo da empresa.
Miller e Oliveira foram calorosamente recebidos por altos executivos da Yamaha, incluindo Toyoshi Nishida (Diretor Executivo Sénior), Takahiro Sumi (Diretor-Geral da Divisão de Desenvolvimento de Desportos Motorizados) e Youichi Takeda (Diretor-Geral Sénior da Secção de Desportos Motorizados). A receção sublinhou o profundo orgulho da Yamaha em receber a sua equipa associada em solo japonês, bem como o compromisso em mostrar a sua inovação aos seus representantes no MotoGP.
Os pilotos visitaram várias das instalações mais avançadas da Yamaha, desde o Centro de Inovação, onde são desenvolvidas tecnologias de ponta, ao Projeto de Investigação Humana, que explora a ligação entre pessoas e máquinas, passando até pela divisão de Investigação Aeronáutica, que evidencia a influência da Yamaha para além das motos. Um dos pontos altos da visita aconteceu quando Miller e Oliveira experimentaram o VSOP, o simulador futurista de avião movido a pedais, uma demonstração criativa da dedicação da marca em fundir inovação e experiência humana.
Após a visita a Iwata, Jack Miller seguiu para Tóquio, onde participou num evento organizado pela Yamaha e teve a oportunidade de interagir diretamente com fãs japoneses, reforçando ainda mais o elo entre a marca, os seus pilotos e os seus apaixonados adeptos.
O desafio único de Motegi
O circuito Twin Ring Motegi, com 4,801 km e 14 curvas, é um dos traçados mais distintos do calendário do MotoGP. Com um desenho marcado por fortes zonas de travagem e acelerações em baixa rotação, é frequentemente descrito como uma “fera da travagem”. Ao contrário dos circuitos europeus mais rápidos e fluidos, Motegi tem um ADN assente no ritmo de stop-and-go, em que cada curva exige entradas de travagem precisas seguidas de acelerações potentes à saída.
A Brembo, fornecedora exclusiva de travões no MotoGP, classifica Motegi com a pontuação máxima (6/6) em exigência de travagem, colocando-o entre os circuitos mais duros tanto para os pilotos como para as máquinas.
Curva 1: os pilotos passam quase cinco segundos nos travões, perdendo enorme velocidade antes de entrarem na curva para a direita. Curva 11: considerada o ponto de travagem mais exigente da pista — os pilotos desaceleram de 310 km/h para apenas 85 km/h em menos de cinco segundos, percorrendo mais de 239 metros durante o processo.
Para enfrentar este desgaste, as equipas geralmente trocam os discos de 320 mm pelos maiores de 340–355 mm em carbono ventilado, garantindo durabilidade e consistência perante as cargas extremas de travagem. O sucesso em Motegi depende, em grande parte, da forma como o piloto gere a estabilidade na travagem e a conservação do pneu traseiro, que sofre enorme pressão na aceleração.
Registos dos pilotos em Motegi
Jack Miller e Miguel Oliveira chegam ao Japão com experiência valiosa em Motegi e resultados de destaque em diferentes categorias.
Jack Miller: o australiano tem um histórico forte em Motegi, com destaque para a vitória em 2022, considerada uma das melhores exibições da sua carreira no MotoGP. Conta ainda com mais quatro resultados no top 10 e duas qualificações na primeira linha (2018 e 2023). O seu estilo agressivo e confiança na travagem tornam-no um candidato natural para este traçado.
Miguel Oliveira: o piloto português também mostrou qualidade no circuito ao longo da carreira. Foi vice-campeão em Moto2 e subiu ao pódio em Moto3, demonstrando versatilidade. Já no MotoGP, alcançou quatro resultados no top 10 em Motegi, embora o seu maior destaque tenha sido a qualificação em 2.º lugar em Moto3, em 2015. Apesar da falta de consistência esta temporada, o seu histórico em Motegi deixa em aberto a possibilidade de surpreender no Japão.
Situação atual no campeonato
À entrada para o GP do Japão, a Prima Pramac Yamaha procura melhorar a sua posição no campeonato.
Jack Miller ocupa atualmente o 17.º lugar na classificação de pilotos com 58 pontos. Miguel Oliveira está em 21.º com 24 pontos, tentando aproximar-se do meio da tabela nas rondas finais. Na classificação de equipas, a Prima Pramac Yamaha encontra-se em 11.º lugar com 85 pontos, posição que pretende melhorar antes do final da temporada de 2025.
Embora a tabela não reflita todo o potencial da equipa, as corridas mais recentes têm mostrado sinais de progressos em consistência e performance. O ambiente de corrida em casa, no Japão, oferece uma motivação extra para converter essa evolução em resultados concretos.
Reflexão de Oliveira: “Uma corrida especial para mim”
Para Miguel Oliveira, o Grande Prémio do Japão é mais do que um simples fim de semana de corrida — é um evento com significado pessoal e emocional. Em declarações antes da ronda, o português destacou a ligação especial que sente com a Yamaha e o Japão:
“Esta é uma corrida especial para mim, não só porque é o GP caseiro da Yamaha, mas também porque tenho uma enorme admiração pelo Japão e estou sempre feliz por regressar. Fazer isso como piloto de um construtor japonês torna tudo ainda mais especial. Senti o grande entusiasmo dos funcionários da Yamaha hoje em Iwata, e espero que possamos continuar a evoluir. Estamos a melhorar a cada fim de semana e a mostrar maior competitividade, o que é uma grande motivação.”
As palavras de Oliveira refletem o crescente otimismo dentro da equipa. Apesar das dificuldades ao longo da temporada, o esforço coletivo dos pilotos, engenheiros e o apoio da fábrica têm começado a dar frutos. Oliveira acredita que a combinação entre espírito de equipa, apoio dos fãs e a importância de correr em solo japonês poderá traduzir-se num bom resultado em Motegi.
O que esperar este fim de semana
O Grande Prémio do Japão promete ser um dos mais importantes da temporada para a Prima Pramac Yamaha. Com apenas algumas corridas por disputar, cada ponto é vital para subir na classificação e demonstrar evolução numa época de transição.
Os principais fatores a acompanhar incluem:
Performance na travagem: conseguirão Miller e Oliveira maximizar a estabilidade da Yamaha nos pontos de forte travagem? Importância da qualificação: com as ultrapassagens a serem notoriamente difíceis em Motegi, a posição na grelha terá impacto decisivo nos resultados da corrida. Consistência no ritmo de corrida: gerir o desgaste dos pneus sob forte travagem e aceleração será fundamental para manter a competitividade ao longo da distância total.
Ambos os pilotos estão motivados para alcançar uma boa exibição não só para si próprios, mas também para os funcionários dedicados da Yamaha e a sua leal base de fãs no Japão.
Conclusão: Orgulho e determinação na corrida caseira da Yamaha
O Grande Prémio do Japão 2025 promete ser um fim de semana emocionante e de grande intensidade para a Prima Pramac Yamaha. Com o evento a representar um verdadeiro regresso a casa, os pilotos carregam o orgulho da história da Yamaha e as expectativas dos seus adeptos numa das pistas mais exigentes do calendário.
Para Jack Miller, Motegi é um circuito que já lhe trouxe momentos altos na carreira, e o australiano vai procurar repetir essa fórmula vitoriosa. Para Miguel Oliveira, é uma oportunidade de transformar a inspiração da corrida caseira da Yamaha em resultados concretos.
À medida que o campeonato se aproxima do seu desfecho, a Prima Pramac Yamaha enfrenta Motegi com determinação, orgulho e um objetivo claro: mostrar evolução, lutar por bons resultados e honrar a Yamaha no seu fim de semana mais importante da temporada.