Farioli Finalmente Volta a Contar com Todo o Plantel do Porto Após a Pausa Internacional com o Foco Voltado para o Confronto com o Nacional
Após uma pausa de duas semanas nas competições domésticas devido à paragem internacional de setembro, o treinador do FC Porto, Francesco Farioli, pode finalmente contar com todo o plantel reunido no centro de treinos do Olival. O regresso de vários internacionais marca um momento importante na preparação dos dragões para o próximo jogo da Primeira Liga frente ao Nacional, com o técnico italiano agora a trabalhar com o grupo completo enquanto procura manter o forte ritmo exibido nas primeiras jornadas da temporada.
O regresso faseado dos jogadores que estiveram ao serviço das seleções é sempre uma fase delicada na gestão de um plantel, sobretudo para treinadores que ainda estão a consolidar ideias e estruturas táticas. No caso do Porto, Farioli passou os últimos dez dias a alternar entre treinos com um grupo reduzido e a espera pela reintegração de peças-chave que estiveram fora a representar os respetivos países.
Eustáquio foi o primeiro a regressar, seguido por mais quatro
O médio Stephen Eustáquio foi o primeiro a regressar aos treinos no início desta semana, depois de cumprir os compromissos com a seleção do Canadá. Aos 27 anos, o internacional canadiano continua a ser um elemento vital no meio-campo portista, e o seu regresso antecipado permitiu a Farioli começar a preparar com maior segurança o encontro com o Nacional.
Na terça-feira, o grupo ficou mais composto com o regresso de mais quatro internacionais: o defesa Jan Bednarek, o central versátil Jakub Kiwior, o jovem médio Deniz Gul e o médio defensivo norueguês Håvard Nordtveit Froholdt. A chegada destes elementos aumentou de imediato as opções do técnico tanto no setor defensivo como no meio-campo.
A grande vaga de regressos, no entanto, ficou reservada para quarta-feira. O Porto planeou propositadamente a principal sessão de treinos para o período da tarde, de forma a garantir que todos os jogadores em viagens intercontinentais já estivessem presentes. Este último grupo incluiu cinco nomes: o guarda-redes Diogo Costa, o médio Pablo Rosario, o jovem Luka Prpić, o sub-21 Rodrigo Mora e o argentino Alan Varela.
A estranha viagem de Alan Varela com a Argentina
Um dos episódios mais curiosos da pausa internacional envolveu Alan Varela. O médio de 24 anos, peça fundamental do meio-campo portista desde a sua chegada, foi chamado pela primeira vez à seleção principal da Argentina por Lionel Scaloni. Para o jogador, o convite foi um sonho tornado realidade, reconhecimento do seu rendimento em Portugal e a oportunidade de integrar uma das seleções mais prestigiadas do mundo.
Contudo, a experiência acabou por ser frustrante. Apesar de ter percorrido mais de 30 mil quilómetros entre Buenos Aires e Guayaquil, no Equador, o médio não somou um único minuto em campo. No primeiro jogo de qualificação para o Mundial, frente à Venezuela, nem sequer foi convocado para o banco. No segundo, frente ao Equador, foi suplente não utilizado.
Para Varela, a ausência de minutos pode ter sido desapontante, mas do ponto de vista do Porto acabou por ser uma vantagem: regressa apenas com o desgaste das longas viagens, mas sem a fadiga competitiva que os jogos intensos acarretam. Assim, deverá estar “fresco” e em condições de voltar de imediato ao onze titular frente ao Nacional, no Estádio do Dragão.
Destino semelhante para Deniz Gul
Varela não foi o único a ficar no banco. O jovem médio Deniz Gul também teve uma pausa internacional discreta. Apesar de ter sido convocado pela sua seleção, não entrou em campo em nenhum dos jogos, figurando apenas uma vez como suplente não utilizado. Ainda que tenha regressado sem desgaste físico, o jogador beneficiou da experiência de treinar com a seleção principal do seu país.
Carga pesada para Costa, Bednarek e Kiwior
Em contraste, alguns internacionais do Porto tiveram uma pausa bem mais exigente. O guarda-redes Diogo Costa, o defesa polaco Jan Bednarek e o recém-chegado central Jakub Kiwior jogaram os 90 minutos nas partidas das suas seleções. Por isso, Farioli e a sua equipa técnica terão de gerir cuidadosamente a condição física destes jogadores.
Costa, indiscutível número um dos dragões e da seleção portuguesa, continua a afirmar-se como um dos guarda-redes mais fiáveis da Europa, somando todos os minutos pelos lusos. Bednarek e Kiwior também acumularam grande desgaste, tendo disputado jogos de elevada intensidade. Este facto poderá influenciar a forma como Farioli estrutura a defesa frente ao Nacional.
Para Kiwior, este regresso teve ainda um significado especial: tratou-se da sua primeira sessão de treino completa com o Porto, uma vez que se juntou ao clube recentemente. A integração tática e social de um reforço é sempre um processo gradual, e Farioli tem agora a oportunidade de acelerar essa adaptação.
Rodrigo Mora em ação pelos sub-21
O jovem avançado Rodrigo Mora também teve uma agenda preenchida ao serviço da seleção sub-21 de Portugal. O jogador participou em ambas as partidas da equipa de Rui Jorge, embora não tenha completado nenhum dos jogos. Ainda assim, somou minutos competitivos importantes para a sua evolução. O Porto deposita grandes esperanças em Mora, e Farioli já demonstrou abertura em conceder oportunidades aos jovens talentos.
Carga equilibrada para Froholdt, Prpić e Rosario
Nem todos regressaram sobrecarregados. Jogadores como Håvard Nordtveit Froholdt, Luka Prpić e Pablo Rosario participaram apenas num encontro pelas suas seleções. Esse equilíbrio permite-lhes regressar em boas condições físicas para se integrarem imediatamente nas opções do Porto.
No caso de Rosario, o regresso ganha ainda mais relevância. O médio neerlandês procura consolidar o seu espaço na rotação de Farioli e deverá constar entre os convocados para defrontar o Nacional. O mesmo se aplica a Froholdt, cuja presença física e inteligência tática oferecem alternativas valiosas no meio-campo.
Eustáquio recupera de toque
A situação de Stephen Eustáquio é especialmente encorajadora. O médio foi dispensado mais cedo da seleção canadiana devido a um toque no joelho. Houve inicialmente dúvidas quanto à sua disponibilidade, mas o regresso imediato aos treinos indica que a lesão não é grave. Fiel no meio-campo portista, a sua recuperação representa uma boa notícia para Farioli.
Implicações táticas para Farioli
Com o plantel finalmente completo, Farioli entra na fase crucial de preparação para o duelo com o Nacional. Conhecido pela exigência em termos de clareza tática e planeamento detalhado, o técnico italiano necessita de trabalhar com todo o grupo para afinar processos.
O desafio passa por equilibrar frescura física e ritmo competitivo. Jogadores como Varela e Gul regressam descansados mas terão de readquirir rapidamente a intensidade do Porto. Já Costa, Bednarek e Kiwior chegam em boa forma competitiva, mas com risco de fadiga. Gerir estes diferentes estados é uma das tarefas essenciais no pós-pausa internacional.
A opção de agendar o treino para a tarde foi estratégica: garantiu a presença de todos, incluindo os que viajaram longas distâncias, e reforçou a importância de restabelecer de imediato a química coletiva, sobretudo com reforços como Kiwior.
De olhos postos no Nacional
O encontro com o Nacional não deve ser subestimado. Os jogos imediatamente após as datas FIFA costumam trazer imprevisibilidade, obrigando as equipas a reajustarem-se rapidamente. Para Farioli, trata-se de um duplo teste: gerir a condição física do grupo e, ao mesmo tempo, consolidar a boa dinâmica no campeonato.
Os adeptos podem ficar tranquilos com a ausência de lesões graves. A profundidade e o equilíbrio do plantel portista serão fundamentais numa fase em que o calendário se intensifica com a aproximação dos compromissos europeus.
Entre todos, Alan Varela será alvo de particular atenção. Apesar da frustração pela falta de minutos na seleção argentina, a chamada em si prova a sua ascensão no panorama internacional. Agora de volta à camisola azul e branca, terá oportunidade de reafirmar o seu peso no meio-campo portista.
Conclusão
O regresso dos internacionais assinala o fim de um período de expectativa para Francesco Farioli, que finalmente dispõe do plantel completo para preparar os desafios competitivos. Enquanto alguns regressam desgastados, mas em ritmo competitivo, e outros frescos, mas com menos minutos, o balanço geral é positivo para os dragões.
Com referências como Diogo Costa, Eustáquio e Varela disponíveis, o Porto encara o duelo com o Nacional confiante e determinado em dar continuidade ao bom arranque de temporada. De volta ao Olival, a palavra de ordem é clara: superar o Nacional e manter a dinâmica que será crucial para os objetivos, tanto no campeonato como na Europa.