As Dificuldades de Miguel Oliveira na Pramac Aumentam a Pressão para Além da Pista
Quando Miguel Oliveira aceitou integrar a Prima Pramac Racing para a temporada de 2025 de MotoGP, as expectativas eram elevadas. A mudança para uma competitiva equipa-satélite da Ducati — a mesma que levou Jorge Martín a lutar pelo título mundial — parecia ser um enorme impulso na carreira do piloto português, após várias épocas marcadas por lesões e inconsistência.
No entanto, as primeiras fases do seu ano de estreia com a Pramac têm estado longe de corresponder às expetativas. Os resultados em pista ficaram aquém, com quedas, classificações no meio do pelotão e visíveis dificuldades em adaptar-se ao exigente estilo da Ducati. Fora das corridas, surgem relatos de que estes desafios começaram a ter um impacto pessoal, testando a força do seu casamento com a parceira de longa data e esposa, Andreia Pimenta.
Uma Mudança de Alto Perfil com Desafios Ocultos
A transferência de Oliveira da GasGas Tech3, onde enfrentou lesões e uma competitividade limitada, foi amplamente vista como um passo em frente. A máquina da Ducati é considerada a referência no MotoGP, e a Pramac tem um histórico de sucesso com pilotos como Martín e Johann Zarco.
Contudo, a adaptação de Oliveira tem sido problemática. A Desmosedici, conhecida pela sua potência bruta e exigências agressivas de travagem, sempre se adequou melhor a pilotos com estilos físicos e de travagem tardia. Oliveira, que brilhou em motos de velocidade em curva como as da KTM e Aprilia, encontrou grandes dificuldades nesta transição.
“Sabia que não ia ser fácil”, admitiu Oliveira no início do ano. “Mas não esperava sentir-me tão desligado da moto. Parece que estou a lutar contra ela em todas as voltas.”
Essa sensação de desconexão tem sustentado as suas prestações inconsistentes e contribuído para uma frustração crescente.
Resultados Sob Pressão
As primeiras corridas de 2025 pouco alívio trouxeram. Uma queda no Qatar, um fim de semana difícil na corrida caseira em Portimão e discretos top-10 noutras provas deixaram-no bem atrás do seu companheiro de equipa, Franco Morbidelli, e de outros pilotos da Ducati.
Para um piloto com cinco vitórias na categoria rainha, a diferença tem sido marcante. Enquanto os concorrentes da Ducati, tanto de fábrica como satélite, lutam constantemente por pódios, Oliveira ainda não conseguiu inserir-se nesse grupo. Como resultado, já começaram as especulações sobre o seu futuro a longo prazo na Pramac, dado o vasto leque de jovens talentos que a Ducati tem à espera de uma oportunidade.
As Exigências do MotoGP
O MotoGP é um ambiente implacável, e as suas exigências vão muito além da pista. Oliveira, um piloto que frequentemente sublinha os seus valores familiares, enfrenta o desafio permanente de equilibrar os intensos compromissos profissionais com a vida pessoal.
O seu casamento com Andreia, uma presença visível no paddock durante anos, sempre fez parte da sua história pública. O casal, que se conhecia desde a infância e iniciou um relacionamento apesar das críticas iniciais, construiu uma família com duas filhas pequenas.
Mas esta temporada trouxe novas dificuldades. Fontes indicam que Andreia tem estado presente em menos corridas e que Oliveira, habitualmente visto ao seu lado no paddock, parece cada vez mais isolado. A combinação de desilusões profissionais e responsabilidades familiares tem acrescentado peso a uma época já de si complicada.
Tensões em Privado
Pessoas próximas ao piloto sugerem que as frustrações em pista transbordaram para a sua vida pessoal. Ao contrário de alguns colegas que separam as dificuldades das corridas da vida familiar, Oliveira partilha os altos e baixos emocionais da sua carreira com os mais próximos. Embora isso tenha fortalecido a sua ligação aos fãs, também significa que os reveses são sentidos dentro de casa.
Gerir filhos pequenos enquanto se cumpre um exigente calendário de viagens tornou-se outro teste à dinâmica familiar. Para Andreia, equilibrar o apoio ao marido com a estabilidade das crianças tem-se revelado uma responsabilidade cada vez maior.
Uma Questão de Confiança
A confiança é essencial para o sucesso no MotoGP, e a de Oliveira parece abalada. Observadores notam que a sua linguagem corporal reflete a frustração de um piloto à procura de ritmo e convicção.
“Não se trata apenas dos resultados”, comentou um antigo colega de equipa. “Ele parece cansado, e quando a confiança desaparece, tudo se torna mais difícil.”
Andreia tem-se mantido solidária, mas o peso emocional de ajudar Oliveira a lidar com desilusões repetidas terá criado tensão. Já se fala, inclusive, sobre a sustentabilidade do seu projeto atual com a Pramac, caso as prestações não melhorem.
Perspetivas para o Futuro
Apesar dos desafios, Oliveira e Andreia já demonstraram resiliência no passado. A sua relação resistiu ao escrutínio público, e ambos sempre sublinharam o compromisso com a família e o apoio mútuo. Resta saber se essa força conseguirá prolongar-se durante este período profissional tão difícil.
Em pista, Oliveira ainda tem oportunidades para inverter a temporada. A Ducati já provou ser uma moto vencedora em todo o seu plantel, e outros pilotos também precisaram de tempo para se adaptar antes de alcançar sucesso. Um bom resultado — mesmo apenas um pódio — poderia mudar o rumo da narrativa e aliviar a pressão pessoal que acompanha este arranque difícil.
Para Andreia, a esperança é que melhores resultados tragam equilíbrio à vida familiar. Apesar de continuarem a surgir relatos de tensão conjugal, pessoas próximas do casal insistem que o laço permanece firme, embora posto à prova por circunstâncias extraordinárias.
Conclusão
A campanha de 2025 de Miguel Oliveira com a Pramac Racing tornou-se uma história de lutas duplas — uma profissional e outra pessoal. Em pista, procura adaptar-se a uma nova moto e provar a sua competitividade. Fora dela, tenta proteger a estabilidade familiar contra as pressões do desporto de elite.
O desfecho desta temporada poderá não apenas definir a trajetória da sua carreira, mas também influenciar a forma como ele e Andreia vão gerir o equilíbrio entre ambição e vida familiar. Para já, ambos os desafios permanecem em aberto.