Jorge Costa, Capitão Icónico do FC Porto e Lenda do Futebol Português, Morre aos 53 Anos Após Paragem Cardíaca Súbita
O futebol português está de luto após a devastadora notícia da morte de Jorge Costa, uma das figuras mais reverenciadas da história do FC Porto e símbolo da resiliência do futebol nacional. Costa, que ascendeu desde as camadas jovens dos dragões até se tornar capitão durante uma das eras mais vitoriosas do clube, sofreu uma paragem cardíaca fatal no centro de treinos do FC Porto, onde exercia funções como diretor do futebol profissional.
A sua morte repentina chocou o mundo do futebol e provocou uma onda de pesar por toda a comunidade desportiva portuguesa e internacional. Conhecido pela sua presença imponente no centro da defesa, liderança inabalável e lealdade incondicional ao FC Porto, Costa deixa um legado inesquecível marcado por títulos, triunfos e um espírito combativo que o transformaram numa das figuras mais icónicas do futebol luso.
Uma Vida Dedicada ao Porto
Nascido no Porto em 1971, Jorge Costa iniciou a sua caminhada nos dragões desde cedo. Produto da formação portista, demonstrou desde jovem um compromisso inquebrável com o clube que viria a marcar toda a sua carreira. Ao longo de quase duas décadas, vestiu a camisola azul e branca com uma paixão incomparável, somando 324 jogos oficiais e liderando a equipa em alguns dos seus momentos mais memoráveis.
Entre os momentos altos da sua carreira, destaca-se a conquista da Liga dos Campeões em 2004, sob o comando de José Mourinho. Esse feito histórico seguiu-se à vitória na Taça UEFA em 2003, num período dourado em que o FC Porto dominou em Portugal e na Europa. A sua liderança dentro de campo foi fundamental para unir um grupo de jogadores que surpreendeu o continente e entrou para a história.
Durante a sua carreira, Jorge Costa ergueu 24 troféus pelo FC Porto, incluindo oito campeonatos nacionais, cinco Taças de Portugal e várias Supertaças. Não era apenas o capitão, mas o verdadeiro coração de uma equipa conhecida pela garra, coesão e espírito competitivo.
Carreira Internacional e Reconhecimento Dourado
O sucesso ao serviço do FC Porto também se refletiu na seleção nacional. Jorge Costa somou 50 internacionalizações por Portugal, representando o país em várias competições importantes e fazendo parte de uma geração que lançou as bases da ascensão do futebol português no panorama mundial. Participou em Europeus e Mundiais, sempre com a mesma tenacidade e inteligência tática que o distinguiam a nível de clubes.
Em 2000, foi distinguido com a Bola de Ouro da Federação Portuguesa de Futebol, prémio atribuído ao melhor jogador da Primeira Liga. Um reconhecimento não só da sua solidez defensiva, mas também da sua liderança e importância dentro do balneário.
Breve Passagem pela Premier League
Em 2001, na sequência de desentendimentos com o então treinador Octávio Machado, Costa foi cedido por empréstimo ao Charlton Athletic, da Premier League inglesa. Apesar da distância de casa, rapidamente conquistou o respeito de adeptos, colegas e dirigentes, graças ao seu profissionalismo, rigor defensivo e postura séria.
O ex-treinador do Charlton, Alan Curbishley, recordou Jorge Costa com emoção e admiração:
“Era uma pessoa fantástica, sempre fez valer a sua opinião. Toda a gente o respeitava pela sua qualidade. Era um excelente rapaz e deixou uma marca no clube.”
Fez 26 jogos pelos Addicks na temporada 2001–02, regressando depois ao Porto, onde viria a terminar a carreira como jogador em 2006.
Nova Vida no Banco de Treinadores
Após pendurar as chuteiras, Jorge Costa enveredou pela carreira de treinador, levando consigo a mesma paixão e intensidade que demonstrava como jogador. Iniciou o percurso no banco com o S.C. Braga e acumulou experiências em vários clubes, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Entre as equipas que orientou contam-se Olhanense e Académica, em Portugal, bem como clubes na Roménia, Chipre, Tunísia, Gabão e Índia. Embora não tenha atingido o mesmo nível de sucesso que teve como jogador, foi sempre admirado pela sua visão táctica, coragem e disponibilidade para abraçar desafios em contextos distintos.
Mesmo à distância, nunca cortou laços com o FC Porto, mantendo uma ligação emocional profunda ao clube.
Regresso ao Porto e Morte Inesperada
Em 2024, Jorge Costa regressou ao FC Porto como diretor do futebol profissional. Nessa função executiva, trouxe consigo o seu vasto conhecimento futebolístico e a sua natureza competitiva, ajudando a moldar a nova geração de jogadores portistas e a orientar a estrutura do clube com a mesma intensidade que o definia em campo.
A sua morte inesperada ocorreu num momento de estabilidade e crescimento no seio do clube, causando uma comoção profunda entre dirigentes, adeptos e antigos colegas. Em comunicado oficial, o FC Porto prestou homenagem ao seu eterno capitão:
“Ao longo da sua vida, dentro e fora de campo, Jorge Costa encarnou os valores que definem o FC Porto: dedicação, liderança, paixão e um espírito de conquista inabalável. Deixou uma marca em várias gerações de adeptos.”
Homenagem Emocionada de Mourinho
A notícia também abalou José Mourinho, treinador do FC Porto durante a era dourada de Costa. Atualmente ao serviço do Fenerbahçe, Mourinho mostrou-se visivelmente emocionado durante a conferência de imprensa que antecedeu o jogo contra o Feyenoord para a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Contendo as lágrimas, o técnico português prestou uma homenagem comovente ao seu antigo capitão e amigo:
“Se ele pudesse falar comigo agora, diria: ‘Faz a conferência, Mister, amanhã joga e ganha – esquece-te de mim.’ Vou tentar fazer o meu trabalho hoje e amanhã, e depois choro.”
Onda de Emoção no Mundo do Futebol
O falecimento de Jorge Costa provocou uma reação em cadeia de tristeza por todo o universo do futebol. Antigos colegas, clubes e personalidades manifestaram publicamente o seu pesar.
Deco, companheiro de equipa durante a conquista da Liga dos Campeões em 2003-04, publicou uma sentida despedida nas redes sociais, referindo-se a Costa pelo apelido “Bicho”:
“Hoje o futebol português e o FC Porto perdem um dos seus maiores símbolos. Jorge Costa era a personificação do espírito e da garra portista. Um capitão lendário que nos inspirava a todos. Foi uma honra partilhar tantos títulos e alegrias contigo. O teu nome ficará para sempre gravado. Os meus sentimentos à família. Até sempre, Bicho.”
O veterano Pepe, atual capitão do FC Porto, também deixou palavras sentidas:
“Os meus mais sinceros sentimentos a toda a sua família. A sua dedicação e legado viverão para sempre na história incomparável de vitórias do FC Porto. Descansa em paz, Jorge Costa.”
Até clubes sem ligação direta a Costa prestaram homenagem. O S.C. Braga, onde iniciou a carreira de treinador, escreveu:
“O falecimento de Jorge Costa abalou toda a comunidade desportiva nacional. O SC Braga não pode deixar de se associar à dor sentida pela sua família, amigos e por todo o universo do FC Porto.”
Verão de Tragédias no FC Porto
A morte de Jorge Costa junta-se a outras perdas trágicas que ensombraram o FC Porto neste verão. Semanas antes, Diogo Jota, antigo jogador por empréstimo no clube, e o seu irmão André Silva, que passou seis anos nas camadas jovens portistas, faleceram num outro episódio doloroso. O clima de luto abateu-se sobre o Estádio do Dragão e todo o futebol português.
Legado de um Guerreiro e Líder
Jorge Costa foi muito mais do que um jogador – foi o símbolo da alma portista: lutador, resiliente e destemido. A sua forma de jogar – dura, direta e sem concessões – espelhava o ADN do FC Porto. Como capitão, era temido pelos adversários e venerado pelos companheiros, servindo como referência dentro e fora de campo.
Apelidado de “Bicho” pela sua tenacidade e natureza combativa, será para sempre lembrado como alguém que deu tudo em prol do clube. Seja a levantar a Liga dos Campeões, a defender com alma na Primeira Liga, ou a orientar jovens talentos nos bastidores, Jorge Costa tinha uma presença inesquecível.
O seu nome está gravado não apenas nos troféus e faixas do Estádio do Dragão, mas também no coração dos adeptos que nele viam a personificação viva do FC Porto.
Última Despedida
A morte de Jorge Costa deixa um vazio impossível de preencher, mas a sua memória permanecerá viva. À medida que os adeptos se reúnem para prestar homenagem a uma lenda eterna, uma coisa é certa: o espírito do “Bicho” continuará em cada corte, cada golo e cada grito que ecoar nas bancadas do Dragão.
Descansa em paz, Capitão. O Porto nunca te esquecerá.