Arsenal Inicia Diálogos com o FC Porto por Extremo Brasileiro Pepê em Meio a Reforços de Verão
Atacante versátil de 28 anos surge como possível solução para a falta de profundidade nas alas dos Gunners, enquanto Arteta reformula a linha ofensiva
O Arsenal deu os primeiros passos para avaliar a viabilidade de contratar o extremo brasileiro Pepê, do FC Porto, à medida que Mikel Arteta continua a reconstrução do plantel neste verão, com o objetivo de reforçar a profundidade do ataque. Segundo o conceituado jornal português Record, o clube do norte de Londres estabeleceu recentemente um primeiro contato com os Dragões para sondar os termos de uma possível transferência. Embora ainda não tenha sido apresentada uma proposta formal, a iniciativa demonstra o crescente interesse do departamento técnico dos Gunners.
O Arsenal está a explorar diversas opções ofensivas neste mercado, tendo identificado tanto um extremo quanto um avançado centro como prioridades imediatas para reforço. Pepê, que está há quatro temporadas em Portugal ao serviço do FC Porto, estaria aberto a um novo desafio após uma campanha 2024/25 marcada por dificuldades em manter regularidade e impacto. Apesar de o Porto não estar totalmente fechado à sua saída, o clube português deixou claro que não aceitará empréstimos sem uma taxa considerável associada — uma postura que pode complicar as negociações, caso o Arsenal pretenda avançar inicialmente com uma solução temporária.
Procura por Versatilidade e Experiência no Emirates
Pepê, nome completo Eduardo Gabriel Aquino Cossa, é reconhecido pela sua capacidade de atuar em várias posições do ataque, sendo mais frequentemente utilizado no flanco direito, onde pode cortar para dentro com o pé direito e criar oportunidades de golo. No entanto, a sua aptidão para jogar na ala esquerda e até em zonas mais centrais confere-lhe uma versatilidade tática muito valorizada por Mikel Arteta. A sua estatura compacta, aceleração e baixo centro de gravidade permitem-lhe movimentar-se com eficácia em espaços reduzidos e oferecer largura ofensiva dinâmica.
Essa flexibilidade tática permitiria a Arteta gerir melhor a carga física dos seus principais alas — nomeadamente Bukayo Saka e Gabriel Martinelli — que foram utilizados de forma intensiva em todas as competições na última época. Embora Leandro Trossard tenha oferecido alguma cobertura pontual, lesões e oscilações de forma no plantel evidenciaram a ausência de alternativas fiáveis, especialmente em períodos de calendário mais apertados. A contratação de um jogador com o perfil de Pepê poderia ajudar a mitigar esse problema, permitindo uma distribuição mais equilibrada dos minutos ao longo da temporada.
O interesse do Arsenal em jogadores com capacidade de atuar em múltiplas posições tornou-se uma marca clara da sua estratégia de contratações nas últimas janelas. O clube não procura apenas talento individual, mas também um plantel apto a mudanças táticas fluidas, com jogadores que possam ocupar diferentes funções sem comprometer a qualidade do jogo.
Forma e Contributo: Um Cenário de Altos e Baixos
Apesar das suas qualidades evidentes, permanecem dúvidas quanto à adequação de Pepê a um clube com aspirações de título na Premier League. A sua melhor época foi a de 2023/24, quando somou oito golos e oito assistências em todas as competições pelo FC Porto. Embora esses números representem uma contribuição sólida, ficam aquém da produção de elite que o Arsenal exige, sobretudo considerando os seus objetivos na liga inglesa e na Liga dos Campeões.
Na temporada 2024/25, o rendimento do brasileiro decaiu consideravelmente, com dificuldades em manter consistência de forma e impacto em campo. Ainda não está claro se essa quebra de desempenho se deveu a alterações táticas sob o comando de Sérgio Conceição, a questões físicas ou a fatores pessoais. Essa inconsistência levantou ceticismo quanto à sua capacidade de vingar numa liga mais exigente como a Premier League.
Mesmo assim, a sua experiência em competições europeias e a natureza física do futebol português podem facilitar a sua adaptação ao futebol inglês, especialmente num papel de rotação ou impacto a partir do banco. Aos 28 anos, Pepê entra na reta final do seu auge competitivo, e uma transferência para o Arsenal pode representar a sua última oportunidade de competir ao mais alto nível num dos principais campeonatos da Europa.
Obstáculos Financeiros e Complexidade Contratual
Qualquer negociação por Pepê é dificultada pelas condições financeiras do seu contrato atual. O vínculo com o FC Porto inclui uma cláusula de rescisão de aproximadamente 75 milhões de euros (cerca de 64 milhões de libras), um valor considerado excessivo para um jogador cujo papel no Arsenal seria provavelmente o de alternativa e competição interna, e não de titular indiscutível.
Embora o Arsenal tenha demonstrado disponibilidade para investir pesado em alvos prioritários — como no caso de Declan Rice e Kai Havertz —, também tem sido cauteloso com jogadores considerados opções de rotação. Fontes próximas das conversações indicam que o clube londrino não pretende pagar o valor total da cláusula e procurará negociar uma taxa reduzida ou uma estrutura de pagamento faseada com cláusulas por objetivos.
A exigência do Porto de incluir uma taxa até em empréstimos temporários complica ainda mais o cenário. Os Dragões são conhecidos pela sua postura firme em negociações e dificilmente cederão sem garantias financeiras de retorno imediato e futuro. Por isso, o Arsenal terá de ponderar os benefícios estratégicos de contratar Pepê agora contra a possibilidade de revisitar o dossiê em janeiro ou no próximo verão, quando o valor de mercado do jogador poderá ter sido ajustado.
Existe ainda o risco acrescido de outros clubes se intrometerem na negociação caso o Arsenal demore a avançar. Com o jogador aberto à mudança, uma abordagem prolongada pode abrir espaço a propostas de equipas de Itália ou França, onde a procura por atacantes experientes e versáteis continua elevada.
Contexto Mais Amplo: Objetivos de Mercado do Arsenal
O interesse dos Gunners em Pepê insere-se num plano de recrutamento alargado e bem estruturado, com o objetivo de elevar o nível competitivo do plantel em todas as frentes. Com nova participação garantida na Liga dos Campeões, a urgência em garantir profundidade no plantel é maior do que nunca. Na época passada, a candidatura ao título desmoronou nas últimas semanas, em parte devido ao desgaste dos jogadores-chave e à falta de soluções impactantes a partir do banco.
Arteta e o diretor desportivo Edu estão plenamente conscientes disso e já identificaram vários alvos ofensivos para resolver o problema. Embora o clube tenha sido fortemente associado a Rodrygo (Real Madrid) e Nico Williams (Athletic Bilbao), essas operações têm-se revelado difíceis devido aos altos custos e à concorrência feroz.
Neste contexto, Pepê representa um alvo mais realista e pragmático — um jogador que, embora sem o mesmo estrelato ou números de Rodrygo ou Williams, pode desempenhar um papel importante na rotação, particularmente na Premier League e nas competições domésticas.
Implicações no Plantel e Integração Tática
Caso a transferência se concretize, a chegada de Pepê poderá ter repercussões internas. Jogadores como Reiss Nelson, que tem lutado por consistência, podem ver o seu espaço reduzido. Também poderá aumentar a pressão sobre Emile Smith Rowe para reencontrar a forma ou procurar novos ares. Além disso, permitiria que jovens como Amario Cozier-Duberry seguissem um percurso de desenvolvimento mais progressivo, sem serem lançados prematuramente na equipa principal.
Taticamente, Pepê encaixa no sistema de pressão alta de Arteta e pode oferecer produtividade ofensiva. A sua capacidade de trabalho e sentido defensivo adequam-se à intensidade exigida pelo treinador espanhol, enquanto o seu drible e qualidade no cruzamento oferecem uma alternativa ao estilo mais direto de Saka e Martinelli.
Em jogos contra blocos baixos, onde o Arsenal tem dificuldades em criar espaços, Pepê pode trazer largura, imprevisibilidade e cruzamentos rasteiros perigosos. Contra adversários mais fortes, poderá servir como válvula de escape em contra-ataque ou entrar nos minutos finais para agitar o jogo. A sua presença daria a Arteta mais margem para gerir o ataque sem comprometer o equilíbrio tático.
Adeptos Divididos Quanto à Contratação
A reação dos adeptos do Arsenal tem sido mista. Alguns veem Pepê como uma solução inteligente e de baixo custo que pode reforçar as alas sem um grande investimento. A sua versatilidade, experiência europeia e perfil físico agradam aos que valorizam equilíbrio e profundidade no plantel.
Outros mostram-se mais reticentes. Os críticos defendem que o clube deve focar-se em talentos mais jovens, explosivos e com maior margem de valorização. Também existem dúvidas sobre se os modestos números de golos e assistências de Pepê justificam um investimento significativo, sobretudo quando comparado com opções internas ou alternativas no mercado.
Estas opiniões divergentes refletem um debate mais amplo no seio da comunidade do Arsenal: para dar o salto definitivo e lutar por títulos, o clube deve apostar em jogadores experientes e multifacetados como Pepê, ou arriscar financeiramente em talentos de elite capazes de decidir jogos?
E Agora?
Embora os contactos entre Arsenal e FC Porto estejam numa fase inicial, a situação pode evoluir rapidamente consoante o desenrolar de outros dossiês de mercado. Se os Gunners continuarem a enfrentar entraves nas negociações por alvos de maior perfil, a investida por Pepê pode acelerar. Por outro lado, se a análise interna concluir que o rendimento recente do jogador não justifica o investimento, o clube poderá redirecionar as atenções.
Uma coisa é certa: o Arsenal está determinado em preparar-se melhor para a temporada 2025/26. Com uma visão clara, um treinador exigente e um diretor desportivo com fortes ligações na Europa e América do Sul, o clube está pronto para agir de forma decisiva quando surgir a oportunidade certa.
Resta saber se Pepê fará parte dessa visão.
Canto dos Gooners:
Apoias a contratação de Pepê como opção de profundidade para as alas? Acreditas que a sua experiência e versatilidade justificam o investimento, ou o clube deve apostar em talentos mais jovens e explosivos?