Miguel Oliveira pressiona por reforma na segurança dos airbags do MotoGP após lesão no início da temporada
Miguel Oliveira, da Pramac Yamaha, teve um início turbulento na sua temporada de MotoGP de 2025, após uma lesão grave durante a corrida de velocidade no Grande Prémio da Argentina, a segunda ronda da temporada. O piloto português foi atingido por Fermin Aldeguer (Gresini Ducati) num acidente que envolveu várias motos, resultando numa rotura de um ligamento no ombro esquerdo e numa luxação da articulação esternoclavicular.
De regresso ao paddock pela primeira vez desde o acidente, Oliveira fez uma aparição no Grande Prémio do Qatar, a 11 de abril. Partilhou uma atualização sobre a sua recuperação e também expressou preocupações sobre a eficácia dos atuais sistemas de airbag utilizados no MotoGP.
“A minha reabilitação está a progredir de forma constante”, disse. Nas primeiras três semanas após o acidente, tive de manter o braço completamente imobilizado, o que afetou a minha amplitude de movimento. A dor já passou, mas ainda é cedo para dizer exatamente quando voltarei. Não temos a certeza se estarei pronto antes da chegada a Jerez.
Além de discutir a sua recuperação física, Oliveira abriu uma conversa mais ampla sobre os equipamentos de segurança para os ciclistas. Expressou ceticismo sobre a quantidade de proteção que o sistema de airbag realmente oferece, apesar de ser uma característica de segurança obrigatória no desporto.
“Mesmo com o airbag ativado, ainda fiquei com ferimentos no ombro e no peito”, destacou. É difícil dizer quanta diferença fez realmente. Não parti a clavícula, mas sofri outros ferimentos graves. As fraturas na clavícula ainda acontecem, mesmo com airbags instalados.
Como piloto experiente de MotoGP e dentista com formação em anatomia humana, Oliveira enfatizou a necessidade de uma reavaliação das normas atuais de airbags. Em entrevista à revista Motorsport, defendeu que os sistemas de segurança deveriam ser mais personalizados.
“Cada motociclista tem um formato de corpo único, e o design dos fatos de cabedal que usamos também influencia o funcionamento do airbag”, explicou. “Penso que está na altura de revermos as regulamentações que envolvem estes sistemas. Como todos os fabricantes precisam de seguir as mesmas regras, é algo que a FIM deveria avaliar seriamente.”
Oliveira defende uma abordagem mais flexível e específica para cada ciclista em relação aos equipamentos de segurança, que possa servir melhor a diversidade física dos atletas e oferecer uma proteção mais eficaz em colisões de alto impacto. Os seus comentários reacenderam o debate na comunidade MotoGP sobre como a tecnologia de segurança pode evoluir para satisfazer as exigências reais do desporto.