Samu Omorodion foi vendido pelo Atlético de Madrid ao Porto, menos de um ano depois de o ter tirado do Granada. Com esta venda, a equipa optou por se desfazer de um dos seus melhores trunfos, novo ou velho, num negócio invulgarmente estruturado, que pode compensar financeiramente, mas que não trará de volta um avançado que parece estar prestes a ser convocado para a seleção espanhola em 2025.
Samu revelou a sua saída do Atlético este verão numa entrevista à EFE, a agência noticiosa nacional de Espanha, que foi posteriormente publicada em março, tendo recebido o apoio de Fabrizio Romano nas redes sociais. Dado o início explosivo do avançado de 20 anos na época 2024-25, esta notícia perturbou muitos adeptos em outubro e irritou-os em julho. O avançado, nascido em Melilla, desmentiu os rumores de que o Atlético estava a apostar nele esta época, antes de aumentar a atividade de transferências. Ele também afirma que o clube o abandonou após o fracasso de sua proposta ao Chelsea.
Ninguém do Atlético falou comigo sobre o meu futuro”, afirmou Samu. Depois dos Jogos Olímpicos, continuei a jogar pelo Atlético de Madrid, pelo que tinha de me apresentar ao serviço e treinar. Já tinha conhecimento da situação do clube. É este tipo de incidentes que acontecem no futebol e que nos ajudam a tirar lições para o futuro.
Depois de marcar para o Granada no Metropolitano no dia de abertura da temporada 2023-24, Samu rapidamente chamou a atenção do Atlético. Seis dias depois, a equipe pagou 6 milhões de euros para adquiri-lo, e ele foi imediatamente transferido para o Alavés, onde teve muita dificuldade, mas conseguiu marcar oito gols em 1.918 minutos. Samu marcou sete golos em sete jogos pelo Porto desde que chegou ao clube português. No início deste mês, estreou-se no futebol mundial com dois golos no emocionante empate 3-3 com o Manchester United na ronda da Liga Europa.
Alexander Sørloth, que chegou ao Atlético pouco mais de uma semana antes de Samu deixar a Península Ibérica, marcou um golo contra o Villareal na primeira jornada da LALIGA e, desde então, só contribuiu com duas assistências, em contraste com o início fulgurante de Samu em Portugal. Sørloth custou ao Atlético mais de 30 milhões de euros quando foi contratado; Samu saiu por quase metade desse valor, mas o Atlético ainda deve uma parcela de venda que pode chegar a 50%.
Samu admitiu: “A minha cabeça dizia-me para não o fazer, mas treinei (com o Atlético)”. “Não me senti um jogador de futebol, nem um jogador engajado. Não passei um bom bocado. Chorei muitas noites, e a minha mãe e a minha família estavam a passar por um período difícil. Graças a Deus, tudo se resolveu rapidamente (com o Porto) e acabei por fazer a escolha certa.
A história da transferência de Samu, publicada num dos maiores jornais de Espanha, é um revés para o Atlético, que tem defendido que a venda do jovem avançado era necessária para satisfazer as necessidades financeiras da LALIGA, depois da contratação inesperada de Julián Alvarez, uma estrela do Manchester City.
Apesar de os Blues terem contratado João Félix em vez de Samu no âmbito do negócio Conor Gallagher, o clube ficou furioso quando o Chelsea desistiu do acordo para contratar Samu. Foi provavelmente este facto que levou o clube a tomar a decisão de manter Samu afastado dos seus companheiros de equipa, de modo a reduzir o risco de lesão enquanto se procurava outro comprador. No entanto, isso não explica por que razão o Atlético “aceitou” pagar 15 milhões de euros por metade dos direitos do jogador, apesar de ser evidente que o valor de mercado do jogador era muito superior, sobretudo tendo em conta o seu desejo de permanecer e prosperar em Madrid.
Os comentários de Samu não abonam a favor do Atlético, sobretudo tendo em conta que a equipa dispensou outro jovem jogador talentoso, Arthur Vermeeren, no mesmo verão, menos de um ano depois de ter sido contratado. E para aqueles que esperavam que Samu um dia agisse como um “filho pródigo” e voltasse ao Atlético… Após o divórcio litigioso, Matteo Moretto, do Relevo, revelou anteriormente que o Atleti não tem uma cláusula de recompra para o jogador e que os “caminhos das duas partes estão separados”.
O Porto estava interessado em mim desde o primeiro minuto, segundo Samu. André Villas-Boas, o presidente, prometeu-me que não sairia de Madrid enquanto não me contratasse. Um jogador tem de ter confiança em si próprio. Agradeço ao presidente e ao clube a aposta que fizeram em mim.